MULHER
Seja qual lida lhe impôs a vida,
Que nos deu, sobretudo,
O privilégio de contigo lidar...
Mulher que é vida,
Porquanto divide
Em sua própria vida, a vida
Gerada em seu corpo-ventre,
E assim multiplica, deixando-nos
A eterna dívida de podermos
A vida experimentar.
Mulher que nos dá alimento
E alento, tudo em seu seio,
No simples contento de se doar;
E que enche esse peito,
No sacrifício, de respeito,
Perdão e amor,
Na sublime missão de se ofertar!
Mulher que ensina a linguagem
Da vida, condensada em olhar,
Gesto, jeito, riso, choro,
E até no rebolar;
Deixa o poeta louco, perdido,
Absorto, pois no dever
De encontrar as palavras,
Percebe quão limitadas são
Todas as línguas,
De homens e anjos,
Para expressar o que
No amor, e em silêncio,
Mulher, tu nos dizes!
Mulher que é também
Paixão e ardência, que excita,
Provoca e, porém,
Invoca decência;
Cabe, pois, a nós,
Total reverência, ao adentrarmos
Nos palácios de teu coração;
E com todo o zelo, amor,
E aconchego, bebermos
Do cálice da intimidade, e do mel,
Que em teu corpo guardaste,
- Creio eu - desde a eternidade,
Junto as deidades; a ambrosia
Que nos eterniza,
Enquanto humanidade!
Mulher que é saudade,
Que é força e vitalidade,
Seja qual for a idade,
Seja sempre a simplicidade,
Que nos cativa e invade.
Mulher de verdade
Não deseja ser mais,
Mas deseja apenas ser o que é:
Em tudo, por tudo, e sobretudo,
Mulher!
Gama, 08 de março de 2017.
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