sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ignorância: A Droga mais Popular


Não fique em terreno plano.
Não suba muito alto.
O mais belo olhar sobre o mundo
Está a meia altura.
(A Sabedoria do mundo, por Friedrich Nietzsche)

Alguns provérbios impõem um grau de veracidade admirável. Quando então um provérbio ditado em versos, construído do e para o ponto de vista humano, confessa a condição mais essencial da humanidade, mórbida por acomodação consuetudinária, torna-se até hilário, apesar de lamentável, olhar para a radiografia do “eu-social” e perceber que a sensação de prazer estabelecido pela ignorância entorpecente é o nosso vício mais profundo: o vício da ilusão...

Ao que se percebe, a análise positivista de Nietzsche representa muito mais sobriedade que a ilusão gerada pelo otimismo moderno. Assim, a sensação de prazer advinda da ilusão do belo criada e inspirada pela mediocridade, encontra guarida e aconchego na maioria de nós. É o gozo da ignorância! A “meia altura”, por sua vez, apesar de não revelar a perfeição, torna inacessível à vista, boa parte da imperfeição (pelo menos aquela que incomoda).

Por outro lado, estar abaixo da mediocridade, é vivenciar e experimentar o gosto amargo produzido pela ignorância. É nesse lugar que se assentam os miseráveis, marginalizados, bastardos, desconhecidos – ou pelo menos esquecidos ou desprezados – e moribundos. Dentre estes, entretanto, há alguns que alvejam subir até a “meia altura”, a fim de receberem uma dose de ilusão, a droga mais cobiçada, propagada, comercializada e consumida pela nossa sociedade; não sabem que esse próprio desejo pela “meia altura” já representa a ação do fluído ilusório, introduzido via venal para que o efeito seja rápido e maquie o sabor do mal degustado.

Cristo, em contrapartida, se revela o único autêntico remédio e tratamento para o vício da ilusão. Ele não veio para condenar o homem, mas para salvar o homem (Jo 3.17) libertando-o das cadeias da ignorância e trazendo-o para iluminação da Verdade, que é a Palavra de Deus (Sl 119.105; Jo 8.32,36; Jo 17.17). Entretanto, a condenação do homem se firma na paixão e amor que ele tem pelo vício da ilusão. Se não, vejamos:


E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. (Jo 3.19)

A ignorância é a ausência de luz, é a escuridão que desperta o vício e a paixão insana e desenfreada dos homens, gerando uma omissão confortável. São essas trevas que entorpecem a mente humana. E, conhecendo o poder vicioso e o prazer que a ignorância opera no homem, o intento satânico destila veneno por meio de sonhos, desejos ardentes e obras que afastam o homem da Verdade absoluta da Palavra de Deus (2Co 4.3,4; 2Ts 2.7-11; Gl 5.19-21). Estes anseios são alimentados pelo alucinógeno da ignorância, trazendo uma sensação de prazer extremamente sensorial.

Contudo, para o homem nascido de novo, a Verdade não se firma nos sentidos físicos e carnais; a Verdade se assenta no que não vemos, por meio da fé (2Co 4.18; Hb 11.1). E essa Verdade, por intermédio da Graça, nos arranca da posição de comodismo e nos compele a viver o chamado para as boas obras (Ef 2.8-10); visto que as boas obras são, inequivocamente, o espírito e a autenticidade da nossa fé (Tg 2.26).

Infelizmente, para o homem carnal, o mais belo e prazeroso olhar sobre o mundo inspira a mediocridade (meia altura) e a ilusão que a droga da ignorância oferece. Mas a Palavra nos ensina a não olharmos o mundo com prazer, como se estivéssemos embriagados com os efeitos alucinógenos do vinho (Ef 5.18), mas por meio do Espírito (1Jo 4.6; 5.6), a fim de discernirmos bem a tudo que está diante de nós (1Co 2.14,15), inclusive a malignidade do mundo (1Jo 5.19; 2.15). A Palavra, portanto, nos convida à sobriedade, à luz da Verdade...


“Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios; porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação;” (1Ts 5.6-8).



“Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; (...) e já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração.” (1Pe 1.13; 4.7)


“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.” (1Pe 5.8,9)

3 comentários:

Rita lemes disse...

Paz,
Jordany, quero deixar registrado aqui meu carinho e respeito por você, e por seu magnífico e inspirado trabalho pelo Espírito Santo,apesar de ter acabado de encontrar esse espaço em poucos minutos fui muito edificada com seus artigos,que o Senhor continue abençoando poderosamente sua vida,pois estamos carentes de homens de Deus verdadeiramente.
Peço licença para publicar esse texto no "meu" blog,é de grande importãncia que se divulgue alimentos não perecíveis para nossos irmãos em Cristo,agradeço e desejo que a paz do Senhor seja contigo sempre!!

Blog do Jordanny Silva disse...

Graça e Paz, Rita!

Fique a vontade para publicar... Só gostaria que fosse citada a fonte. Ok? Deixe aqui o link do seu blog para que eu possa divulgá-lo!
Que Deus a abençoe ricamente!

Jordanny Silva

Sensatez disse...

Paz Jordanny
Faz tempo que postei esse comentário,e deixei arquivado o texto para publicar,obrigado,vou citar a fonte sim,sempre faço isso.
QUE O SENHOR TE ABENÇOE RICAMENTE,ESTAREI POSTANDO ESSA SEMANA,fICA NA PAZ!!