APLICATIVO
Dê-me
um aplicativo
Que me faça bendito,
Ainda que eu tenha dito mal
De qualquer um que, em especial,
Prenda em meu coração ferido!
Dê-me um aplicativo
Que me torne bem quisto,
Ainda que a indiferença
Eu tenha plantado na essência
De meu olhar altivo!
Dê-me um aplicativo
Que me devolva o riso,
Ainda que a futilidade
De uma vida sem verdade
Seja meu "ser" preferido!
Dê-me um aplicativo
Que me torne o mais bonito,
Ainda uma alma pútrida
Seja minha vera face rústica,
Meu segredo guarnecido!
Dê-me um aplicativo
Que me apresente convicto,
Ainda que ideias turvas
Sejam as reais molduras
De tudo que eu acredito!
Dê-me um aplicativo
Que me encha de algum sentido,
Ainda que a torpe apatia,
De minhas veredas a guia,
Delate-me adormecido!
Dê-me um aplicativo
Que me faça bem visto,
Ainda que toda a maldade,
Sócia de minha vaidade,
Seja tudo que eu tenha nutrido!
Dê-me um aplicativo
Que me mantenha iludido,
Ainda que de fato eu perceba
Na vida, lida e até na natureza,
Tudo o que é, será, ou tenha sido!
Que me faça bendito,
Ainda que eu tenha dito mal
De qualquer um que, em especial,
Prenda em meu coração ferido!
Dê-me um aplicativo
Que me torne bem quisto,
Ainda que a indiferença
Eu tenha plantado na essência
De meu olhar altivo!
Dê-me um aplicativo
Que me devolva o riso,
Ainda que a futilidade
De uma vida sem verdade
Seja meu "ser" preferido!
Dê-me um aplicativo
Que me torne o mais bonito,
Ainda uma alma pútrida
Seja minha vera face rústica,
Meu segredo guarnecido!
Dê-me um aplicativo
Que me apresente convicto,
Ainda que ideias turvas
Sejam as reais molduras
De tudo que eu acredito!
Dê-me um aplicativo
Que me encha de algum sentido,
Ainda que a torpe apatia,
De minhas veredas a guia,
Delate-me adormecido!
Dê-me um aplicativo
Que me faça bem visto,
Ainda que toda a maldade,
Sócia de minha vaidade,
Seja tudo que eu tenha nutrido!
Dê-me um aplicativo
Que me mantenha iludido,
Ainda que de fato eu perceba
Na vida, lida e até na natureza,
Tudo o que é, será, ou tenha sido!
Dê-me um aplicativo
Que
me mostre destemido,
Ainda
que a covardia
Seja
a fiel companhia
De
meu ser omisso!
Dê-me
um aplicativo
Que
me afaste o gemido,
Ainda
que meu caminho
Esteja
coberto de espinhos,
Que
eu mesmo tenha produzido!
Dê-me um aplicativo
Que me faça atrativo,
Ainda que a essência
De minha amarga existência
Guarde um ser repulsivo!
Dê-me
um aplicativo
Que
me encha de amigos,
Ainda
que minha real intenção
Seja
somente a bajulação,
De
qualquer um que tenha conhecido!
Não
mais se estenda,
E
tão logo me atenda:
Dê-me
o Aplicativo dos aplicativos,
Conforme todos os meus caprichos,
E
assim sacie a sede e a fome
De
meu ser vil, e infame,
E
preencha meu Vazio,
Que
não se encontrou no Infinito!
Gama - DF, 16 de julho de 2017.