Os verdadeiros adoradores: uma reflexão sobre a "adoração" que vem sendo praticada nas igrejas evangélicas
Qual rumo a igreja evangélica tem tomado? Você já se perguntou? Ouvimos o tempo todo pessoas dizendo: “Faço parte de uma geração de adoradores extravagantes”, ou mesmo, “sou completamente apaixonado por Cristo”. Porém, os cristãos da atualidade têm consciência do que é a verdadeira adoração? Estaremos analisando, à luz da Palavra de Deus, o que vem a ser a verdadeira adoração, a fim de entendermos em que contexto nós, evangélicos, estamos inseridos na atual conjuntura.
* Para ajudar na compreensão, leia:
Qual rumo a igreja evangélica tem tomado? Você já se perguntou? Ouvimos o tempo todo pessoas dizendo: “Faço parte de uma geração de adoradores extravagantes”, ou mesmo, “sou completamente apaixonado por Cristo”. Porém, os cristãos da atualidade têm consciência do que é a verdadeira adoração? Estaremos analisando, à luz da Palavra de Deus, o que vem a ser a verdadeira adoração, a fim de entendermos em que contexto nós, evangélicos, estamos inseridos na atual conjuntura.
* Para ajudar na compreensão, leia:
A alguns dias venho relutando em meu interior para postar este artigo que agora apresento. Sei que alguns, talvez de minha própria igreja, vão se armar em face do que tenho a escrever. Poderão, quem sabe, até dizer que eu esteja blasfemando ou esteja assumindo uma postura legalista. Mesmo assim, gostaria que as pessoas que viessem a ler esta postagem, assumissem uma postura de investigação, para confirmarem se procede ou não do Senhor Jesus. Creio em meu coração, por mais que venha enfrentar algumas críticas, que este é o momento de apresentar estas conclusões que o Espírito Santo tem feito arder em meu coração.
Consignadas tais considerações, vamos ao assunto aqui proposto. Para isso, recomendo que nós façamos a leitura da passagem bíblica abaixo:
(João 4: 23,24) - Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (ênfase adicionada)
Neste conhecido texto, Jesus nos informa as características dos verdadeiros adoradores: “... e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”. Entretanto, o que significa adorar ao Senhor em espírito e em verdade.
Para compreendermos, é, primeiramente, interessante entendermos em que consiste a composição humana. O homem é formado por espírito, alma e corpo: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo. (I Ts 5:23). (ênfase adicionada)
Qual a diferença entre corpo, alma e espírito?
Quanto ao CORPO, percebemos que se trata desta “casca” material que serve de habitação para a nossa alma e o nosso espírito. O destino do corpo, caso não participemos do arrebatamento (1Ts. 4:13-18), é o pó (Ec. 12:7). Em analogia ao tabernáculo verotestamentário, o corpo simboliza o átrio, ou pátio exterior.
Na ALMA, por sua vez, reside o nosso intelecto (Sl. 49:3; Pv. 15:32; 19:8), a nossa vontade e desejos (Jó 31:9; Sl. 37:4; 40:8), e os nossos sentimentos (Jó 7:11; Sl. 13:2; 25:17; 38:8; Mt. 12:34). A paixão, por exemplo, revela-se como um sentimento egoísta, desesperado, insano e, às vezes, irracional (Gl. 5:24). Diante disso, até te pergunto: você se considera “apaixonado(a)” por Cristo? O Senhor espera de nós muito mais do que uma “paixão”. Quanto a esse assunto, procure, dentre as características do fruto do Espírito, se existe alguma menção à “paixão” (Gl. 5:22). Você encontrou? A resposta é evidente: Não! Agora, faça uma reflexão de sua vida; você tem frutificado no Espírito, ou você vive de emoções? Se você não tem frutificado, este é o momento de refletir sobre tua vida com Deus (Jo. 15:1-11).
Por conseguinte, o nosso ESPÍRITO revela o contato mais próximo que temos com Deus. Em analogia ao templo onde era colocada a Arca da Aliança, o espírito significa Lugar Santíssimo, onde está a presença de Deus (Ex. 26:33-37; 1Rs. 8:6). O espírito é o sopro de Deus sobre as nossas vidas (Gn. 2:7); é a semelhança do Deus vivo. O espírito é regenerado quando nascemos de novo em Cristo Jesus (Jo. 3:5; Tt. 3:5). Sendo espirituais é que conquistamos as promessas direcionadas à igreja (2Ts. 2:16).
Entendido isso, percebemos, como visto antes, que o verdadeiro adorador, adora ao Senhor em espírito e em verdade. Contudo, o que temos visto atualmente? É só você observar! A maioria dos “louvores” e “hinos” que são cantados nas igrejas tem uma conotação muito mais almática (sic) do que espiritual. Observe o padrão das letras que têm sido compostas atualmente: “sonhos”; “você é capaz”; “não desista”; aparenta-se mais a uma sessão psicoterapêutica, com uma intensa busca por auto-ajuda. Tais hinos parecem ser mais inspirados em livros seculares, tais como, “O segredo”, do que na Verdade infalível da Palavra de Deus.
Muitos não percebem, mas tais cânticos têm atingido um padrão mais emocional, do que espiritual. E qual a conseqüência disso? As questões espirituais se discernem espiritualmente (1Co. 2:14), e não de acordo com o intelecto, a vontade ou as emoções humanas. Como resultado, diversos equívocos doutrinários têm sido propagados por meio dessa “onda” de “adoração extravagante”. Muitos que seguem esse vendaval adotam termos como: estou “desesperado” por Deus”! Veja, neste exemplo, que tal expressão é completamente dissonante do contexto bíblico, pois quem está em Cristo não tem por quê se desesperar. Pelo contrário, quem está em Jesus, está firmado na Rocha (Mt. 7:24). Cristo é a Rocha da nossa salvação (2Sm 22:47; Sl. 62:2; 95:1).
Para se ter uma idéia, estes dias visitando um site patrocinado por um grupo de “adoradores extravagantes”, ao observar uma apostila que eles disponibilizam ao público, havia diversos rituais, alguns voltados para o tema “libertação”, que mais se aparentavam a um procedimento de exorcismo. Juntamente com toda essa distorção e acréscimo à Palavra de Deus, há diversos vídeos que acompanham algumas músicas de “adoração”, onde pessoas são, aparentemente, curadas (apesar de não haver nenhuma comprovação de quaisquer milagres), havendo diversas manifestações de cunho muito mais emocional do que espiritual. Pelo que se tem observado, as pessoas que estão “afogadas” nessa “adoração extravagante”, empolgam-se de tal maneira, que acabam saindo dos padrões normais do culto, segundo o apóstolo Paulo nos ensina (1Co. 14).
Mas, não é o objetivo deste artigo, entrar profundamente nestas questões. Reserva-se, o presente, a analisar, segundo as Escrituras, o que vem a ser o verdadeiro adorador.
Compreendemos, segundo o texto base (Jo. 4:24), que convém que os verdadeiros adoradores, adorem ao Senhor em espírito e em verdade. Já traçamos algumas informações acerca do caráter espiritual da adoração (de modo que a adoração não parte nem do corpo e nem da alma, porém, do espírito), mas há também o caráter verdadeiro da adoração. Quando nos aprofundamos no estudo do tema percebemos, primeiramente, que a verdadeira adoração deve ser segundo a Palavra. Ora, a verdade não é a Palavra? (Jo. 17:17). Os verdadeiros adoradores adoram segundo os padrões das Escrituras Sagradas. Isso é adorar em VERDADE! Observamos que o próprio apóstolo Paulo nos exorta a não irmos “além do que está escrito” (1Co. 4:6). Se nós atentarmos, perceberemos que grande parte das canções entoadas dentro das igrejas, além de distorcer algumas verdades bíblicas, muitas das vezes, chega a se firmar em invencionices, frisando, com veemência, a questão emocional.
Por que nos distanciarmos da Palavra da Verdade (Jr. 6:16; Ap. 2:5)? Certa vez um jovem cristão me disse que estava compondo diversas músicas para lançar em seu álbum. Ele chegou a me dizer que não queria mencionar o nome de Jesus, ou mesmo, palavras que informavam diretamente a sua fé, em seu CD, para não afastar o seu público alvo, que era composto por não crentes. Aparentemente, parecia-me uma estratégia interessante para se ganhar almas. Mas, ao fazer uma análise mais minuciosa, percebi que uma parte das bandas e grupos musicais “góspel”, tem buscado muito mais crescer em fama, do que glorificar o nome de Cristo (Is. 42:8). O bojo de suas intenções reais revela, sem duvidar, um sentimento de vergonha pelo Evangelho de Cristo. Amados, não podemos, em hipótese alguma, nos envergonhar deste evangelho maravilhoso. Ele consiste em salvação para todo aquele que crer (Rm. 1:16).
Quando escrevemos uma canção, inspirada verdadeiramente pelo Espírito Santo, o padrão utilizado é a Palavra da Verdade, a mensagem é o Evangelho da Salvação e o objetivo é a edificação do Reino de Deus (Ef. 1:13; Mt. 6:33).
Amados, a reflexão que eu gostaria de trazer aqui hoje, é se você, como cristão nascido de novo, tem andado segundo a carne, cheio de paixões, desesperos e extravagância desordenada, ou tem caminhado segundo o Espírito (Rm. 8:1)? Você tem baseado a tua vida na inerrante Palavra de Deus (a Verdade), ou tem sido levado por ventos de doutrinas (Ef. 4:14)? Já não somos envolvidos por nossa forma de pensar, nossas emoções e nossos desejos passados; vivemos, sim, com uma mente renovada e dominada pelo Espírito (Rm. 12:2), que desperta em nós um desejo ardente por fazer a vontade de Deus (Jo. 4:34), adorando-O em ESPÍRITO e em VERDADE.
Em breve, se Deus assim nos permitir, aprofundaremos no assunto. A paz do Senhor a todos!
Jordanny Silva