sábado, 30 de janeiro de 2010

Carta aos apologistas - parte 3: Testemunho para edificação


Em comentário à primeira parte dessa seqüência de textos, escrita em maio de 2009, o irmão Wagner escreveu-me por e-mail e postou seu testemunho pessoal, que muito falou ao meu coração. Com a sua permissão, senti-me motivado a postar o testemunho abaixo, para a nossa edificação:


Prezado irmão, a Paz do Senhor!

Quando li o texto “Carta aos apologistas” parte 1, escrito por Vossa Sra. tive a impressão que o irmão havia lido o mesmo artigo que eu. Refiro-me ao esboço da carta á igreja de Eféso (Ap 2.1-7) do livro 150 Esboços bíblicos do Pr Orlando Boyer.

Há alguns anos passei a interessar muito por Apologética, fiz um curso á distancia pelo ICP e passei a estudar todas as profecias para os últimos dias, concernente ao assunto. Li muitos estudos e de vários autores, inclusive estudos dos séculos passados de autores puritanos e outros mais recentes. Passei a ensinar muito mais sobre o assunto do que qualquer outro. Pude ver erros graves na Teologia moderna, na forma de cultuar das igrejas, nos hinos humanistas, nas pregações voltadas para o ego e pregadores buscando glória própria. Tudo isso e muito mais, sem contar as igrejas neopentecostais e as seitas. Decidi não mais ouvir certos hinos e pregações, principalmente de pregadores famosos, que considero apóstatas. Até os Gideões (Camburiu-SC) entraram na minha lista.

Como meu espaço de ensino é muito restrito, uma aula de ED aos domingos e um programa de radio semanal que só abrange a cidade de pouco mais de três mil habitantes onde moro, e raramente uma oportunidade mensal para pregar na igreja que congrego, fiquei falando sozinho do assunto. Pois muitos irmãos não gostam de defender o Evangelho, preferem apenas pregá-lo, e outros serem absolutamente contra este tipo de trabalho, pois acham que isto só causa contendas.

Muitas vezes fui mal interpretado por pastores, cantores e pregadores, taxado de crítico, por não concordar com o tipo de pregações e hinos citados acima. Mas até aí tudo bem. Eu gostava (gosto) muito do que faço e retaliações e falta de ouvintes interessados não eram empecilho para mim, pois o Evangelho tem que ser pregado e defendido, custe o que custar.

Contudo, um dia lendo o estudo do irmão Boiyer que já citei, onde ele fala da seguinte maneira “quase sempre as pessoas que gostam de discutir doutrinas já perderam o primeiro amor”, tomei um choque, pois uma dúvida muito grande pairou sobre a minha mente. Eu agora estava sendo desafiado a rever os meus motivos apologéticos. Eu fazia este trabalho por amor (1 Co 16.14) ou por outros motivos (Fp 2.3)? E o pior é que não conseguia entender qual era o motivo real. O texto que eu sempre aplicava aos “hereges e falsos profetas” agora se voltava contra mim (1 Tm 3.2), pessoas egoístas e amantes de si mesmas.

Nos últimos dias declara a Bíblia que os homens estariam cultuando muito mais o ego do que a Deus, e não seria eu um deles? Será que esta profecia também não estava aplicando-se a mim? Agora eu estava vendo algo que antes não via. Antes eu só enxergava como ególatras os pregadores, cantores, escritores, pastores etc, que traziam outro Evangelho. Mas agora eu percebia que mesmo os que defendem o verdadeiro Evangelho diante deles podem fazer isto por puro egoísmo e vanglória. Na verdade defender o Evangelho provoca “adrenalina” e isto agrada a carne. Outros o fazem para expor seus conhecimentos e serem reconhecidos.

Lembrei-me do que disse o Pr David Wilkerson em um dos seus estudos, ele fala que defendeu o Evangelho muito tempo nos EUA dos falsos televangelistas da prosperidade, mas que ao final do seu trabalho ficou com muitas dívidas e exausto, reconhecendo depois que fazia movido por um desejo carnal. Revisemos nossos motivos, tanto para pregar como para defender o Evangelho.


Grato, irmão Wagner.
Que Deus continue abençoando o seu ministério, amado irmão Wagner! Você já faz parte de minhas orações!

Um comentário:

Eliseu Antonio Gomes disse...

Olá!

Li as três matérias, faço questão de dizer que concordo com sua opinião.

Como participante deste meio desde o final de 2006, observei, muito aflito, que diversos apologetas / apologistas se lançavam às críticas sem nem ao menos conhecer o conteúdo daquilo que criticavam ou quem criticavam.

Uma delas é alguém que comentou seu primeiro post desta série. Num tópico em que ele escreveu sobre uma Bíblia de Estudo (não é a Dake), perguntei-lhe se conhecia a obra. A resposta foi: "não". Ora opinar sobre o desconhecido não é apologia, é apenas preconceito.

Deste episódio, nasceu um dos meus texto mais indignados que eu escrevi contra esta tal "apologia".

Seus artigos assemelham-se ao que tenho publicado na Blogosfera Cristã há alguns anos. Tanto em meu blog, quanto no UBE Blogs e Confeitaria Cristã, onde presto colaboração.

Entendo seus motivos para não transcrever versículos bíblicos. Porém, gostaria de deixar publicados dois deles, usados por mim recentemente, que poderiam incorporar muito bem aos seus três artigos:

1ª Coríntios 10.12: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia".

Judas 20-23: "Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. E apiedai-vos de alguns, usando de discernimento; e salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne".

Abraço.