O Vento e a Árvore
(Ef 4.14; Mt 7.15-23)
Eu ouço um assovio e assisto ao chacoalhar
Denúncia em verdade de onde vem e vai
Quando uma, arrancada, igual à pluma cai...
As folhas, sem palavras, sussurram pelo ar
Denúncia em verdade de onde vem e vai
Quando uma, arrancada, igual à pluma cai...
As folhas, sem palavras, sussurram pelo ar
Assim os galhos falam e expressam um saber[1]
A colorir o vento mostrando o que não vejo
Até então oculto o vil e ardil desejo[2]...
Outrora a inércia e agora num mover
O grande movimento que o vento sagaz cria
Engana o desatento[3] que boquiaberto fica
Traz sensação de alívio da lida ao calor
Qual anestesiado: morfina em sua dor.[4]
Nas folhas vê-se o verde; no tronco a robustez
Que avoca a si beleza, orgulho e arrogância[5]
Por certo está na luz da torpe ignorância[6].
E o tão frondoso cedro crê que a si mesmo fez
Tal cedro atrai quem busca refúgio ou mesmo sombra...
São tantos[7], pois, os tais vivendo em desespero
Sedentos da verdade[8]; do amor que tira o medo[9].
Na angústia, obcecados por uma fé insana
Mas como discernir se é boa erva ou daninha?[10]
Se a essência da árvore está no que se colhe
Confira bem o fruto; discirna[11] até a brisa[12]
Pois vera salvação não é para o que dorme...[13]
Jordanny SilvaGama – DF, 18 de abril de 2011.
[2] Ef 4.14b
[3] Mt 24.4; 2Ts 2.9-12
[4] 2Co 11.13,14
[5] 2Tm 3.1-5
[6] Mt 6.23b
[7] Rm 3.23
[8] Ap 21.6; Jo 8.32; 14.6; 17.17
[9] 1Jo 4.18
[10] At 17.10,11
[11] 1Co 2.14,15
[12] 1Ts 5.20-22
[13] 1Ts 5.5-10