domingo, 25 de abril de 2010

Análise do "Encontro": é tremendo! - Parte 9a



6. Sábado 5ª Ministração – Os sonhos de Deus

Hoje estão em alta as questões pertinentes aos sonhos. Muitos homens de Deus têm se levantado com mensagens focadas neste tema. Entretanto, fazem-se necessários alguns cuidados para que não haja frustrações entre o povo de Deus em face da má interpretação bíblica acerca deste assunto. Desse modo, preocupado com o que as interpretações equivocadas podem gerar, senti-me motivado a tecer algumas informações que o Senhor tem ministrado em nossos corações.

Gostaria de explanar, em seguida, acerca do texto bíblico, por sinal muito conhecido, registrado no livro dos Salmos, capítulo 37, verso 4:

“Deleita-te no Senhor e Ele concederá os desejos do teu coração”.

Passemos à análise do texto citado. Se interpretarmos esta passagem bíblica equivocadamente, e sem uma visão profunda do assunto, aparentemente tudo que desejarmos nos será concedido, porém, para que tal preceito seja concretizado em nós, em sua totalidade, é preciso compreender alguns aspectos relevantes para que recebamos as bênçãos que provém de Deus.

Profecia ou Motivação?

Entretanto, antes de tudo, gostaria de tecer algumas considerações acerca de diversas profecias que têm surgido no meio do povo de Deus que têm tido cunho muito mais motivacional do que, efetivamente, divina e, logo mais, retornaremos à compreensão do texto informado anteriormente.

Hoje, vemos o tempo todo palavras do tipo: “Não desista, Deus vai te dar tudo que você quiser! Sonhe sempre, pois o Senhor tem compromisso em realizar os teus sonhos! Deus realizará todos os teus sonhos, determine, é direito seu!”

É comum vermos este tipo de pregação, porém, devemos ter cuidado com tais expressões. Muitas das vezes o que aparenta ser uma profecia, não passa de uma palavra motivacional, e até contrária à vontade de Deus.

Podemos perceber que isso aconteceu nos tempos do rei Davi. Se lermos a passagem consignada em II Samuel 7, percebemos um profeta do Senhor chamado Natã, agindo fora da vontade de Deus e direcionando uma mensagem, não profética, mas tão somente motivacional ao rei Davi. Façamos então a leitura dos versos 1, 2 e três do capítulo 7 de II Samuel:

“E SUCEDEU que, estando o rei Davi em sua casa, e tendo o SENHOR lhe dado descanso de todos os seus inimigos em redor, Disse o rei ao profeta Natã: Eis que eu moro em casa de cedro, e a arca de Deus mora dentro de cortinas. E disse Natã ao rei: Vai, e faze tudo quanto está no teu coração; porque o SENHOR é contigo.”

O profeta, movido pela emoção e pelas palavras que o rei Davi havia dito, precipitadamente citou uma profecia motivacional fora dos planos divinos. Veja que a intenção do coração de Davi em construir o templo para o Senhor, aparentemente, fazia parte da vontade de Deus. A intenção era, sobremaneira, louvável. Isso foi o que levou o vidente Natã a encorajá-lo em seus planos. Note que Natã, apesar de ser profeta, precipitou-se. Contudo, naquela mesma noite o Senhor revelou ao profeta a Sua vontade e ordenou que ele dissesse ao rei Davi que não seria ele quem construiria o templo do Senhor.

Porém, o que quero dizer? Que as pregações atuais estão todas erradas? Que não devemos dar crédito as pregações e profecias relacionadas a sonhos? De maneira nenhuma. Apenas quero que compreendamos que as profecias devem ser postas à prova, se não, vejamos:

“Não apaguem o Espírito. Não tratem com desprezo as profecias, mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.” (1Ts 5.19-21)

Mesmos os ministros de Deus cometem erro. Acabamos de ver o exemplo com o profeta Natã. Ele não deixou de ser profeta, ou tornou-se desacreditado, por ter proferido uma “palavra profética” fora da vontade de Deus. Ele teve, ainda, humildade para reconsiderar o que havia falado ao rei Davi.

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