quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Façamos um "deus" à nossa semelhança - Parte 1


Idolatria Evangélica - O povo de Deus ou o "deus" do povo?


Você quer aprender a criar um deus!? Isso mesmo! Um deus do jeito que você quiser! Se for de sua preferência, construa um altar para adorá-lo! Caso você não seja muito devoto, adore-o de acordo com a sua agenda (se houver um espacinho!?)! Esse deus é tudo que você sempre sonhou! E ele está pronto a sonhar os teus sonhos! A desejar os teus desejos! A viver segundo o teu querer (afinal ele é alimentado pelo teu ego)! Ah! Você está duvidando de que tenha este poder criacionista? Aproxime-se então! Vou te ensinar, passo a passo este processo de criação! Já pensou: um deus criado por você!? Quem será mais poderoso nessa história: você ou ele!? Mas, antes de tudo, algumas considerações...

A idolatria patente ao homem...

A contumácia do homem em desobedecer a Deus tem gerado, desde épocas mais remotas, diversos absurdos. Não obstante, é perceptível a dificuldade do homem em submeter-se à vontade soberana de Deus. Isso se dá por alguns motivos, dentre os quais, tentaremos compreender hoje.

Mas, para o entendimento mais profundo da abordagem aqui sugerida, deveremos analisar, à luz da Palavra de Deus, um pouco da natureza humana.

O homem foi criado para uma finalidade precípua: adorar e louvar ao Senhor (Mt. 4: 10; Lc. 4: 8). Entretanto, ao experimentar o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, a natureza essencial do homem foi completamente arrancada (Gn. 3: 6). Observe que o homem come tal fruto acreditando na possibilidade de tornar-se igual a Deus, conforme havia sido sugerido pela serpente (Gn. 3: 5). Isso revela um pecado semelhante ao de Satanás, o qual também quis ser como Deus.

Como é sabido, a partir daquele momento, o homem decaiu. Mas esta queda não modificou por completo a composição humana, ao passo que, ainda assim, haveria uma intensa necessidade de buscar algo ou alguma coisa que pudesse preencher o vazio de Deus, a fim de ser adorada. É a partir daí que começa surgir a idolatria. Precisamos compreender que, no lugar onde originariamente habitava o Espírito do Senhor (Gn. 2: 7), começou a habitar o pecado.

Muitos acreditam que o pecado é, tão somente uma coisa impregnada na natureza humana. Entretanto, o pecado é um ser que habita no homem. Se não, vejamos:
(Romanos 7:17) - De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. (Ênfase adicionada)
Observem que o pecado habita no homem caído. Percebemos então que o pecado não é um objeto, mas sim um ser. Um objeto não habita. Já o ser habita. E este ser passa a fazer parte na natureza do homem. (Salmos 51:5) - Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.

Esta questão é um pouco lógica visto que, a partir do momento que Deus deixa de habitar o homem, algo ou alguma coisa ocupará o Seu lugar (Mt. 12: 43-45), surgindo, assim, a idolatria.

Nesse passo, a idolatria inserta no mundo é algo fácil de ser notada. Porém, a idolatria maquiada no seio do “povo de Deus”, é mais complicada de ser constatada e arrancada. Dito isso, façamos a leitura e análise do seguinte texto:

(Êxodo 32:1-4) - MAS vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito. (Ênfase adicionada)

O texto em destaque revela uma conhecida passagem histórica contemporânea a Moisés, sendo ele um dos personagens. Em resumo a este episódio, Moisés havia subido ao monte Sinai, onde recebera, diretamente de Deus, a Legislação que regulamentaria o povo de Israel. Ocorre que a demora de Moisés, gerou desespero no povo, o qual, seguindo uma influência rebelde que existia no meio deles, assegurou para si um novo deus, à semelhança do que há na terra, para que fosse adorado.

O interessante, mesmo, é ver o relato descrito no verso 24:
(Êxodo 32:24) - Então eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no fogo, e saiu este bezerro. (Ênfase adicionada)
Percebe-se, aqui, claramente, o material utilizado para a confecção de um deus: ouro. O ouro denota, não só para os tempos modernos, mas também para os povos antigos, algo de valor, precioso, relacionado à riqueza. Isso se aplica à nossa vida espiritual. Normalmente, quando nos afastamos de Deus, em face da desesperança advinda de uma fé subtraída de fundamento sólido (Palavra do Deus Vivo), ajuntamos aquilo que nos é valioso e criamos um deus que visa atender, fielmente, às nossas expectativas e caprichos.

Criamos, por exemplo, um deus emotivo, que se ocupa no amor segundo o padrão humano; um deus que se apaixona e que te faz apaixonar-se por ele; um deus completamente almático, cheio de fantasias dramáticas e emocionais; um deus, às vezes, até lúdico, que não perde a oportunidade de fazer sua platéia rir-se de suas “palhaçadas” fundamentadas em passagens bíblicas descontextualizadas (quando não alteradas e distorcidas).

Chegamos a criar um deus, tão semelhante a nós mesmos, que é capaz de sonhar conosco e de nos fazer fruto dos seus sonhos; um deus capaz sonhar e desejar as minhas vontades; este mesmo deus gera sonhos em seus corações e se submete às determinações de seus “súditos”, visto que é dependente da criatividade destes. A questão que me vem à mente é: quem é o súdito de quem nessa brincadeira?

Nós unimos tudo aquilo é importante para nós (riquezas emocionais, sentimentais ou materiais), e começamos no processo de fundição. A Palavra de Deus, neste processo, não passa de uma ferramenta pronta a ser interpretada, utilizada, alterada e aplicada segundo a nossa conveniência. Diante de quaisquer pontos de divergência entre o nosso QUERER e o querer de Deus, escolhemos o primeiro em detrimento do segundo. Simples assim! Está feito o nosso novo deus: amigo do nosso ego; à semelhança do nosso orgulho e da nossa corrupção.

O terrível é perceber a igreja evangélica atual tem se afundado nesse mecanismo:

* Alguns criam um deus carrasco, que submete seus súditos a um jugo quase impossível de ser carregado em troca da segurança de ter uma casa garantida num lugar melhor. Esse deus tem prazer em punir, humilhar publicamente àquele que errou. Esse deus, ainda, tem prazer em condenar, pisar, vomitar qualquer um que não venha a se adequar a seus parâmetros de usos e costumes, por mais absurdos que sejam.

* Em contrapartida, outros criam um deus extremamente compreensivo, que não liga com o pecado, nem tampouco com a mistura de seus "filhos" com as coisas mundanas e passageiras. Um deus que nos permite fazer tudo o que quisermos; desde que nos seja, psicologicamente, saudável. Um deus que acha tudo normal e natural (até uma cervejinha, bem geladinha, no fim de semana). Um deus que valoriza nossos sentimentos e paixões infames. Um deus que, por intermédio da graça, legitimou todo tipo de imoralidade e apostasia no seio da igreja.

Poderia passar dias falando dos deuses criados pela igreja evangélica, mas sinto-me obrigado a falar acerca do Deus verdadeiro, que é Soberano! O Deus Criador dos céus e da terra (Gn. 1: 1), não se submete à vontade do homem (Jó 4: 17), pois conhece as limitações deste último (Is. 55: 8, 9). O Deus onipotente não se afasta dos princípios e da Palavra deixada por Ele (Lc. 21: 33), porque Ele é a Palavra (Jo. 1: 1, 14). O Deus soberano, mesmo amando o pecador (Jo. 3: 16), não admite o pecado, exigindo de nós que o amamos obediência (I Sm. 15: 22) e santidade (Hb. 12: 14). O Grande Eu Sou, nos exorta a não nos conformarmos (amoldarmos) com o padrão deste século (Rm. 12: 2), mas, sim, a mantermos e fazermos a diferença exalando o perfume de Cristo (II Co. 2: 14 – 17), requerendo bom testemunho (I Pe. 3: 11, 12; II Co. 3: 1-6), por meio dos frutos do Espírito (Gl. 5: 22). O verdadeiro Deus não é só fundamentalista (pois não se afasta da Sua Palavra), é também o fundamento (Sl. 62: 7; 86: 26; 95: 1) da nossa fé e da nossa esperança (Hb. 11: 1). Este Deus não atende aos caprichos do homem, reservando-Se a cumprir a Sua Vontade. Glórias a este Deus, o Deus verdadeiro!

Se você tem percebido em quão densas trevas o mundo se encontra; se você, mesmo crente, que tem percebido os desvios constantes do chamado “povo de Deus”; hoje é o melhor dia para o arrependimento. Hoje é melhor dia para retornar aos fundamentos de fé! Tome essa decisão hoje mesmo ou, se preferir, continue criando um deus de mentira, frágil e impotente...

Um forte abraço a todos e a Paz do Senhor!

Jordanny Silva

4 comentários:

Debora Zibordi disse...

A paz do Senhor, irmão Jordanny.
Realmente, é uma vergonha ver milhares de pessoas que se dizem "crentes" adorando cantores e pregadores.
Vemos o homem dizendo: "Podemos determinar a bênção, pois somos deuses neste mundo." Que o Espírito Santo nos livre de tais declarações.
Glórias e honras ao Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, o Único e Verdadeiro Senhor.
Que Deus o abençoe, seus textos estão cada vez mais edificantes.

Cristo a única Esperança disse...

A paz do Senhor!

Tenho saudade do tempo em que não éramos gospel.

Lucivaldo de paula disse...

ecelênte blog Irmão Jordanny,você é um apologista graças a Deus.

Thereza Peres disse...

Amigooo Danny, seu blog é maravilhosoooo!
Saudades de vc!
Deus abençoe sua vida e seu ministério!
Estarei sempre por aqui!
BjO pra vc e sua família lindaaaa!

Pazz!