quarta-feira, 3 de abril de 2019

AMOR DE BICHO IGUAL A AMOR DE FILHO?



As coisas se distorceram a um nível nunca imaginado! Amor de uma mãe para com um filho não era pra ter comparação por vários fatores.
O principal desses é a facilidade que há em se amar um ser a partir do fato de que esse ser será sempre mais submisso e dependente. Nesse sentido, um cachorro, por seu intelecto débil em relação ao ser humano, sempre será mais obediente, menos exigente, mais afável. Já um filho cresce. E quando cresce vai se tornando independente quanto à forma de pensar, agir, e ser. Desse modo, o amor materno e paterno se torna o desafio da aceitação de que o filho pode se tornar totalmente diferente das projeções dos pais; de que o filho pode contrariá-los de modo mais intenso; de que o filho pode magoá-los com palavras, atos ou gestos. Nisso, o desafio de amar apesar de tudo que o filho venha a ser e fazer, faz como que a pessoa amadureça em amor.
Amar bichinho é fácil. Nossa geração aprendeu a fazer isso até com Tamagoche (sei lá se se escreve assim) e com o Pou do celular. Cachorro não te magoa com palavras; cachorro não para de te dar atenção; cachorro só te desobedece com coisas bobas. Agora gente não! Pessoa é imprevisível mesmo. Amar gente é evoluir em amor. Amar bicho é engatinhar no universo de, no máximo, gostar.
Mas vivemos no tempo das facilidades, onde as pessoas vão preferir bicho à gente! Vão deixar de ter filhos, pra adotar gato, passarinho, cachorrinho, tartaruga. Vão preferir o caminho mais fácil onde se magoam menos!
Essa é uma geração mole, que não entendeu que o amor é sofredor: tudo sofre, tudo crê, tudo suporta!
Por isso, está tudo trocado! É de doer o coração ver uma matéria como essa. É a radiografia do nosso egoísmo; da nossa moleza; da nossa frouxidão!
Que geração ridícula essa nossa!
Ame gente; ame, sobretudo, gente! Tenham filhos! Adotem filhos de verdade! Filho gente; não filho animal!
A escritura não disse: Crescei e criai cachorrinhos. Disse: Crescei e multiplicai! A experiência do amor de Deus só nasce nesse ambiente relacional. Paulo entendeu isso tão bem que gerou mais filhos do que o próprio Salomão com suas 700 esposas e 300 concubinas, ainda que tenha vivido como um celibatário! Ele soube bem o que era crescer e multiplicar. Ele soube, como ninguém, o que é o amor que suporta, crê e sofre!