O que fazer quando você se vê perceptivelmente cercado de tanta Graça? Quando você percebe que não há palavras lícitas para se utilizar como expressão da gratidão que te inunda… Sim, me valho da palavra “lícita” em completo e manifesto plágio às palavras do menor dos Apóstolos. Aquele que certa vez foi transportado ao Paraíso, não sabendo se no corpo ou fora deste, e o que viu e ouviu, não era lícito falar.
Hoje eu também me vejo transportado ao Paraíso; e o contemplo aqui de modo tão peculiar, tão especial, que as palavras simplesmente me escapam. Seria um crime tentar descrever? Seria ilícito tentar explicar? De relance relembro-me quantos dias orei… quantos dias me derramei e rendi minhas preces àquEle único que tem poder para operar milagres como este, pedindo alguém para estar ao meu lado e hoje estou aqui, olhando para esse milagre que a vida me concedeu.
Noutros dias, noutros tempos me via rico em palavas... mas hoje, se no corpo, ou fora deste (não sei, Deus o sabe!) cá estou, sem sombra de dúvidas, no Paraíso e as palavras simplesmente me fogem… É como se houvesse uma lacuna infinita, a dimensão de um universo entre a caneta e o papel me impedindo de achar as melhores expressões… Seria ilícito tentar explicar? Seria um crime tentar descrever o turbilhão de sentimentos que invadem o meu ser?
Desde o seu sorriso; o seu choro; o seu andar; o seu falar; o seu olhar... Desde o vento fazendo suas mechas douradas, seus fios de ouro dançarem ante uma melodia celestial… No seu hálito; no seu beijo; no seu cheiro; na sua pele… Na sua história; nas suas marcas; nas suas dores, e superações... Em cada detalhe eu vejo tanto amor… E no seu amor eu simplesmente contemplo o Amor daquEle que é Amor…
Hoje o Éden adentrou a minha vida e veio na forma da nossa família linda… Olho pra você, olho para as nossas filhas e meu coração simplesmente transborda… Acredito que a graça às vezes se permite encarnar e ela está diante de mim… Veio como um Jardim sobre o qual eu tenho o dever de cultivá-lo e de cuidá-lo… Essa é a Eterna pena? Essa é a Eterna doce, terna e leve pena que o Amor me condenou: cuidar desse Jardim… cuidar da nossa família! Então, não me absolva… condena-me!
E cá estou… transportado ao Paraíso… e olhando para aquela que será hoje e até o fim de nossas vidas, a minha própria carne… Por isso teimo em dizer que a graça encarnou e se tornou uma comigo mesmo… Seria ilícito tentar explicar? Seria um crime tentar expressar o que eu tanto sinto? Prenda-me; condene-me; puna-me então… ainda que seja por simplesmente tentar expressar…
Me pediram que escrevesse os meus votos, mas há muito eu decidi não fazer mais votos… Há algo que considero mais valioso: o meu SIM! E esse sim, é sim… Eu entrego o meu sim a você enquanto recebo, de você, o seu sim… E isso nos basta… esta Graça nos basta…
E aqui estou… arrebatado… suspendido, elevado ao Paraíso… e tenho diante de mim a mais linda, a mais meiga e delicada… a mais feminina… a mais frágil e forte mulher… Estou aqui cativo, preso a esse amor…
Seria ilícito tentar explicar? Seria um crime tentar descrever? Resta-me então uma única palavra: Gratidão… a Ele eu louvo… àquEle que nos amou primeiro eu abro os meus lábios em confissão, louvor e gratidão!
Grandes coisas Ele fez por nós e por isso nos alegramos!!!
Então é isso: SIM, eu te amo, minha gata!