Eis na linha a aparência do que era fim,
onde os limites se traçavam ao horizonte.
Eis na linha uma expectativa frágil
onde os olhos em vão regozijavam.
Mas o espaço e tempo não a definiram
e esta mesma linha se fez mastro
que às mãos, de boas obras, sustentaram;
e ali escandalosamente perfuradas,
aos mais vis os corações inflamaram.
Mas não fora numa linha definida a história,
já que a vida não é só o imediato,
e em amor que dos céus à terra é derramado,
verticalizando do olhar o nosso alcance
vem cruzando em grande força o horizonte.
Assim o destino humano vem traçado
em dois riscos de rubra cor manchados;
em qual caminho, sobre a sombra,
há logo os pés furados
que nos sustentam e convidam
a morrer e a viver, posto que a Vida
que abunda, em Sua morte concebida,
nos religa, estimula e nos ensina
que até mesmo a própria morte foi vencida!
Em 9 de maio de 2016.
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