Mais Aberrações: A Unção da Água
Dando continuidade a esse breve relato, após tantos equívocos doutrinários e invencionices, ao final de todo esse “mover”, nós temos um momento que, normalmente, para os organizadores do Encontro, é muito especial. Não se contentando com tanto “fogo estranho”, ao final de tudo os participantes do Encontro são convidados a experimentarem a “unção da água”. Essa, talvez, seja uma das partes mais absurdas de todo o Encontro realizado por minha igreja (devo asseverar que tudo isso foi aprendido e copiado do Encontro organizado por outra igreja, não sendo invenção autenticamente nossa). Segundo o ministrante dessa “unção”, todos devem ficar ajoelhados, ou sentados no chão, pois a “unção” é tão grande que alguns podem se machucar ao caírem repentinamente em face do “poder” produzido pelo “contato” com a “água ungida”.
Segundo o que dizem dessa “unção da água”, muitos têm sido curados de diversas enfermidades, e outros têm alcançado libertação e até renovação espiritual por meio desse “mover”. Bem, acontece, normalmente, da seguinte forma. São trazidos alguns baldes cheios de água onde, previamente, o ministro fez uma oração ungindo a mesma. Em seguida, com todos de joelho, ou sentados no chão, inicia-se o espetáculo de imaturidade espiritual. Vários obreiros e ministros do Encontro pegam copos cheios com essa água e começam a lançar sobre as pessoas. Alguns são completamente encharcados. O importante é molhar todo mundo. O incrível é o que acontece com as pessoas no momento em que entram em contato com essa água: alguns caem no chão chorando e gritando freneticamente; outros começam a rolar no chão molhado; a equipe de trabalho fica circulando no meio de todos derramando água sobre todo mundo. Ao final, o ministro responsável pela “unção da água” passa a “ministrar” tal unção sobre toda a equipe de trabalho. Daí é aquela festança. Durante todo o tempo uma música é tocada a fim de ser “facilitado” todo o “mover”. É, realmente, um espetáculo. Para se ter uma idéia, mormente, antes de ser lançada a “água benta” sobre todos, o ministro responsável pergunta: - Vocês querem? – E o povo responde: - Quereeeemos!!!
Tudo isso me faz memorar os rituais católicos romanos onde as pessoas realmente confiam no “poder” da água benzida pelo padre. De mesmo modo, a única diferença, é que essa “água benta” é gospel. Amados, sejamos sinceros, é possível ser conivente com esse tipo de “mover”? Será que não percebemos o grau de idolatria a que chegamos? Essa “unção da água” alcança, por acaso, algum respaldo no texto sagrado? Qualquer semelhança com o rito católico não é de se admirar. Mas hoje, no meio evangélico tudo é tão normal; é rosa ungida; é arca do milagre; é sal grosso para espantar mal olhado; é cruz cheia do sangue de Cristo; é “água benta” do rio Jordão. São tantas, mais tantas invenções tiradas do espiritismo, do catolicismo, da feitiçaria, que, algumas vezes, já nem sabemos diferenciar um culto evangélico de uma reunião de candomblé, ou de qualquer outro ritual pagão. Contudo, eu ainda insisto em descobrir qual é a passagem bíblica que traz fundamento para a unção da “água benta”.
Segundo os defensores desse ritual que nada tem a ver com o verdadeiro Evangelho, o fundamento para utilização da “água” está no fato de, para algumas pessoas, a fé necessitar de um “canalizador”, um “ponto de contato”. O que seria um “canalizador” ou “ponto de contato”? Segundo o que testemunhei alguns dos “mais excelentes apóstolos”[1] (2Co 11.5,13) falarem, “ponto de contato” é um facilitador da fé para aqueles que têm menos fé. Ou seja, a pessoa que sente dificuldade em ter fé, vale-se de algo que pode tocar, ver, sentir, ouvir ou experimentar a fim de alcançar aquele patamar de fé necessário para obter um resultado, que pode ser uma cura, uma libertação, uma bênção material, ou mesmo uma renovação espiritual. Logo, o “ponto de contato” consegue, simplesmente, facilitar o acesso da pessoa à fé. Dentre os textos mais utilizados por esses “mestres da fé”, nós temos a história descrita no evangelho segundo escreveu o apóstolo João, no capítulo 9. Tal história nos revela um tremendo milagre realizado pelo Mestre. Contudo, esse milagre é acompanhado por um modo bem peculiar. Segundo o texto, Jesus cuspiu na terra e, com a saliva, fez um lodo. Em seguida untou esse lodo nos olhos daquele cego de nascença e o ordenou que se lavasse no tanque de Siloé[2]. Após cumprir a determinação do Mestre, aquele jovem se viu curado e saiu a anunciar aquele milagre. É extraordinária a forma que a salvação alcançou a vida daquele jovem. Após ser inquirido pelos fariseus e, até mesmo, humilhado, ele reencontra Jesus e rende-se ao Salvador.
Para muitos, aquele ato de Cristo foi um “ponto de contato” para a fé daquele jovem, cego de nascença. Porém, o que muitos não percebem é que, com aquele ato, o Mestre não limita o poder do Espírito a um “ponto de contato”; pelo contrário, Cristo nos dá uma fantástica lição espiritual por meio desse milagre. É por esse motivo que o apóstolo João se vê compelido, pela revelação do Espírito, a trazer a nossa ciência o significado do nome Siloé, que é “o Enviado”. Quando estudamos acerca da pessoa de Jesus, descobrimos que o título de Cristo significa “o Ungido”, “o Enviado”; para entendermos bem essa conotação, gostaria de valer-me do texto seguinte:
Seguindo uma exegese simples, podemos observar que a intenção do Mestre em realizar o milagre daquela forma era nos trazer uma mensagem esplêndida, por meio daquele milagre. Ao cuspir na terra e formar um lodo e passar nos olhos daquele jovem, mandando-o em seguida, lavar-se no tanque de Siloé, Jesus nos afirmava, sem utilizar-se de palavras, que a obra redentora, capaz de nos arrancar da cegueira, dependia de nós nos lavarmos Naquele que foi Enviado por Deus para nos lavar. A Palavra é essa água que nos limpa, que lava a nossa mente (Ef 5.26); essa Palavra da verdade também nos santifica (Jo 17.17); o conhecimento dessa Verdade descortina os nossos olhos (2Co 3.13-16), e nos leva à libertação (Jo 8.32; 2Co 3.17). Todos nós temos que nos lavar no sangue do Cordeiro imaculado (1Jo 1.7). Jesus é a Palavra (Jo 1.1,14; 1Jo 1.1; Hb 4.12). O Cristo é o Enviado de Deus para a salvação de todo aquele que Nele crer (Jo 3.16; Mc 16.16).
Vemos, pois, que o Filho de Deus não dependia de um “ponto de contato” para realizar milagres. Ora, o Espírito do Senhor repousou sobre Cristo, de modo que não havia necessidade alguma de quaisquer tipos de artifícios para a realização de milagres, por meio de Jesus. Mesmo diante da incredulidade de muitos, o Mestre realizava milagres, independente de pontos de contato, como é o caso da ressurreição de Lázaro (Jo 11.1-41).
O conceito bíblico de fé não nos dá base para a utilização de “pontos de contato” ou “canalizadores”, a fim de avalizarmos milagres ou manifestações paranormais. Antes, contudo, de dar continuidade à discussão acerca do conceito de fé, gostaria de diferenciar duas expressões: “sobrenatural” e “paranormal”; a fim de compreendermos como se dá a atuação demoníaca por meio de realizações de milagres e até mesmo de apresentações físicas e psíquicas que muito nos podem enganar. Caso você duvide que o Satanás tenha poder de realizar feitos incríveis, gostaria que você desse uma lida no texto abaixo:
(2Ts 2.6-10) - E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. (Grifo nosso)
O diabo tem sim poder de realizar sinais e prodígios. Ou seja, Satanás também consegue curar e até mesmo envolver muitos em uma pseudo-espiritualidade, trazendo confusão e fazendo com que muitos acreditem estar diante do mover de Deus. Contudo, a natureza do poder de Satanás difere-se do poder de Deus (apesar de muitos “mestres da fé” afirmarem que o poder de Deus e de Satanás submetem-se à mesma lei[4]). Acerca disso o Pr. David Bay, articulista da The Cutting Edge (www.cuttingedge.org), nos traz uma sábia definição:
A necessidade de se compreender no que se diferem os conceitos de “sobrenatural” e “paranormal”, queda-se no dever e na incumbência que cada um de nós tem, como cristãos verdadeiros, no tocante a examinarmos e julgarmos os espíritos para sabermos se são ou não de Deus (1Jo 4.1).
Seguindo, ainda, essa diferenciação, poderemos perceber que o conceito de fé idealizado pelos “mestres” do movimento da “Fé na fé”, não se coaduna com o conceito de fé bíblico. Já tratamos, superficialmente, desse assunto em análise à ministração intitulada “Libertação”, no subtítulo “Chamando à Existência as Coisas Positivas?”. Porém, é necessária uma breve retomada do mesmo, a fim de darmos seguimento à linha de raciocínio. Ora, segundo os “mestres da Fé”, a fé é uma força; uma espécie de lei pela qual o próprio Deus se vê submetido. De acordo com estes, Deus criou todo o universo por meio da fé, e o mesmo não pode agir, se não, por meio da fé. Entretanto, já compreendemos que, na verdade, nosso Deus não se vê obrigado a submeter-se à fé; ora, se seguirmos esse raciocínio, perceberemos que a Fé é que é onipotente e que Deus é um mero ser que se utiliza, sabiamente, desse artifício a fim de auferir Seus objetivos. Deus não precisa de fé; nós é quem precisamos. Já disso isso, mas gostaria de repetir, a Fé é necessária para o homem, pois é por meio dela que nos lançamos, em confiança, nos braços de um Deus Todo-Poderoso e somos reconciliados com Ele (Rm 5.1,2; 2Co 5.18,19). A Fé não é, pois, uma força interior inerente a cada ser humano; pelo contrário, a Fé bíblica é a confiança em um Deus onipotente que se agrada daqueles que Nele se refugiam.
Na verdade, grande parte dos ocultistas é que acreditam em uma “força” que move todo o universo emanando de cada ser, inclusive do interior de cada ser humano. É, efetivamente, por meio dessa suposta “força” que o diabo atua; mas isso não é Fé. É ocultismo; é feitiçaria. Por isso dizemos que a natureza do poder de Satanás não é sobrenatural, com é o caso de Deus, mas sim paranormal; ou seja, apenas incompreendida cientificamente. Entretanto, não podemos subestimar esse poder; aliás, esse poder tem enganado a muitos, inclusive evangélicos sinceros. Tal poder paranormal é capaz de criar um ambiente propício à operação de prodígios e maravilhas; porém, é demoníaco e confuso. Percebemos, biblicamente, que um milagre, ou suposto milagre, não é suficiente para ratificar que a manifestação é divina. Façamos, pois, a leitura do seguinte texto do livro de Atos dos Apóstolos:
(At 8.9-11) - E estava ali um certo homem, chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica, e tinha iludido o povo de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o menor até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. E atendiam-no, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas.
É, plenamente, perceptível que a mágica apresentada por Simão levava todos a considerarem-no um homem cheio do poder de Deus. De mesmo modo, nos nossos tempos, muitos dos milagres, bem como dos moveres, que têm sido atribuídos a Deus são, na verdade, de origem diferente. Quanto a isso devemos nos precaver e nos firmarmos minuciosamente nos preceitos bíblicos, a fim de não falharmos e sermos levados pelo engano.
Contudo, que isso tem a ver com a utilização da “unção da água”? De um modo bem simples, podemos observar total nexo com essa “teologia” que faz a fé depender de “pontos de contato”. Ora, é quase que criar um ídolo onde, nele, depositamos nossa confiança para a operação de milagres e maravilhas. Qualquer “mover” que dependa de algo assim, é na verdade, idolatria manifesta e descarada.
(1Jo 5.21) - Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.
Em 1Co 10.19,20 percebemos que, por trás dos ídolos estão demônios. A utilização de “água” ou substância equivalente para alcançarmos determinadas bênçãos, curas, ou mesmo nos envolvermos em um mover diferente, simplesmente substitui os ídolos comuns, por outros mais peculiares. O poder de Deus, definitivamente, independe de “pontos de contato” tais como “águas ungidas”. Toda autoridade está em Cristo e no nome Dele é que realizaríamos sinais e prodígios. Não por meio de uma “água ungida”. Tenho por certo que diversos seguidores dessas seitas que se utilizam de “pontos de contato” como canalizadores do poder de Deus, passam a depender muito mais do objeto ou elemento utilizado do que da operação do Senhor. Isso revela inequívoca idolatria!
Seguindo esse raciocínio, é evidente que, nem sempre é o Espírito de Deus que opera nesses “moveres”, havendo a possibilidade, até mesmo, da atuação de demônios. Alguns irão perguntar: “Quer dizer que você está atribuindo tais manifestações ao poder de demônios?”. O que posso responder é o seguinte: biblicamente, posso afirmar que grande parte desse novo “mover” não está associado a Deus (Rm 5.5) e que normalmente nos traz uma grande gama de confusão; contudo, também não posso afirmar que haja diversas manifestações demoníacas, apesar de não descartar essa possibilidade. Acredito que todo o ambiente é preparado de tal forma que as manifestações psíquicas e humanas são facilitadas e, logicamente, em grande parte das vezes confundidas com o “poder de Deus”. Asseguro que não há respaldo bíblico para a utilização de “pontos de contato” como facilitadores do mover de Deus:
(Hb 11.1) - ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.
(2Co 4.18) - Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.
Veja que a própria definição bíblica de fé extrapola essa doutrina que se utiliza e depende de “pontos de contato” como facilitadores da fé. Logo, valer-se de tais artifícios é agir de forma antibíblica. Mas ainda existe uma questão que alguns contumazes defensores dessa prática poderão levantar: “Se não existe ponto de contato, o que você me diz da unção com o óleo?”. Diante de uma indagação como essa, faz-se necessária uma rápida compreensão bíblica do significado da unção com óleo, ou o azeite. Ora, acerca da utilização desse modo peculiar de unção, nós vemos a própria instrução dada pelo apóstolo Tiago:
(Tg 5.14,15) - Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Grifo nosso)
A simples ordem bíblica para a utilização de um tipo específico de substância não nos dá espaço para a invenção e utilização de outro elemento. Acerca disso nos exorta o apóstolo Paulo para não “irmos além do que está escrito” (1Co 4.6). Do contrário, poderia, seguindo a argumentação dos defensores da utilização do “ponto de contato” como facilitador para fé, que se fundamentam no texto de Tg 5.14,15, também fazer o mesmo em relação ao batismo; bem, a ordenança concernente à forma do batismo segue a tradição e o mesmo exemplo do Mestre, ou seja, por imersão. Qualquer outro modo de batismo nas águas não acompanha respaldo bíblico; mas, se usarmos a base argumentativa proposta pelos defensores da “unção da água”, poderemos realizar o batismo por aspersão, ou molhando apenas a cabeça ou os pés de quem está sendo batizado. Também poderíamos, por exemplo, para dar mais emoção, submergir alguém em sangue de animais, ou em elementos afins. Entretanto, a ordem bíblica nos ordena que o batismo seja feito por submersão, em água (At 8.35-39; Mt 3.13-17; Mc 1.9-11); percebemos ainda a forma bíblica de se realizar o batismo no fato de João Batista normalmente recorrer-se a lugares que tinham “muitas águas” (Jo 3.23).
Logo, não há como tentar fundamentar uma prática antibíblica por meio de uma ordenança que nada tem a ver com esses novos ritos. Perceba ainda que não é a unção com azeite que traz a cura ao doente, mas sim a oração da fé; ou seja, uma oração que se respalda em uma inteira confiança em Deus que, por Sua vontade, pode agir de misericórdia manifestando a cura.
É necessário deixarmos de espremer a Palavra de Deus a fim de adequá-la a nosso modo de ver, ou mesmo às nossas convicções pessoais. É imprescindível, como já ressaltado anteriormente, um retorno ao cristianismo bíblico sem invencionices e inovações que só geram confusão e morte espiritual. Se não há, pois, resposta divina às nossas orações, o problema está em nós, que temos arbitrariamente distorcido sua Palavra, e pregado doutrinas divergentes do verdadeiro evangelho; e ainda chegamos ao ponto de criarmos um “paliativo”, um canalizador a fim de substituirmos a fé por algo palpável. A fé se respalda no que não vemos; ou seja, está além dos sentidos físicos. Qualquer outro tipo de credo não é fé bíblica e, conseqüentemente, não nos traz salvação. Logo, deixemos de lado esses novos “moveres” e truques inovadores, e firmemo-nos na inalterável Palavra de Deus! Faço-te uma sincera pergunta, caro leitor: A Palavra de Deus não lhe é suficiente? Perceba que, a partir do momento que nos valemos de estratégias e invencionices humanas a fim de dar uma nova motivação e movimentação ao corpo de Cristo, indiretamente confessamos que a Palavra do Senhor nos é insuficiente para produzir em nós fé e salvação! Como dito várias vezes nesse estudo, é necessário voltarmos à simplicidade que há em Cristo (2Co 11.13).
Considerações Finais acerca do Batismo com o Espírito Santo
Tenho por certo que o verdadeiro Batismo com o Espírito Santo produz um avivamento que é acompanhado de profundo pesar e arrependimento. Esse avivamento começa com o corpo ministerial da igreja. É importante salientar que o avivamento se dá na Palavra e por meio da Palavra:
(Hb 3.2) - Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.
Que essa análise venha nos despertar para o zelo e pureza doutrinária. Tornemos ao conhecimento do Senhor e no Senhor! Que Deus nos possa abençoar!
Dando continuidade a esse breve relato, após tantos equívocos doutrinários e invencionices, ao final de todo esse “mover”, nós temos um momento que, normalmente, para os organizadores do Encontro, é muito especial. Não se contentando com tanto “fogo estranho”, ao final de tudo os participantes do Encontro são convidados a experimentarem a “unção da água”. Essa, talvez, seja uma das partes mais absurdas de todo o Encontro realizado por minha igreja (devo asseverar que tudo isso foi aprendido e copiado do Encontro organizado por outra igreja, não sendo invenção autenticamente nossa). Segundo o ministrante dessa “unção”, todos devem ficar ajoelhados, ou sentados no chão, pois a “unção” é tão grande que alguns podem se machucar ao caírem repentinamente em face do “poder” produzido pelo “contato” com a “água ungida”.
Segundo o que dizem dessa “unção da água”, muitos têm sido curados de diversas enfermidades, e outros têm alcançado libertação e até renovação espiritual por meio desse “mover”. Bem, acontece, normalmente, da seguinte forma. São trazidos alguns baldes cheios de água onde, previamente, o ministro fez uma oração ungindo a mesma. Em seguida, com todos de joelho, ou sentados no chão, inicia-se o espetáculo de imaturidade espiritual. Vários obreiros e ministros do Encontro pegam copos cheios com essa água e começam a lançar sobre as pessoas. Alguns são completamente encharcados. O importante é molhar todo mundo. O incrível é o que acontece com as pessoas no momento em que entram em contato com essa água: alguns caem no chão chorando e gritando freneticamente; outros começam a rolar no chão molhado; a equipe de trabalho fica circulando no meio de todos derramando água sobre todo mundo. Ao final, o ministro responsável pela “unção da água” passa a “ministrar” tal unção sobre toda a equipe de trabalho. Daí é aquela festança. Durante todo o tempo uma música é tocada a fim de ser “facilitado” todo o “mover”. É, realmente, um espetáculo. Para se ter uma idéia, mormente, antes de ser lançada a “água benta” sobre todos, o ministro responsável pergunta: - Vocês querem? – E o povo responde: - Quereeeemos!!!
Tudo isso me faz memorar os rituais católicos romanos onde as pessoas realmente confiam no “poder” da água benzida pelo padre. De mesmo modo, a única diferença, é que essa “água benta” é gospel. Amados, sejamos sinceros, é possível ser conivente com esse tipo de “mover”? Será que não percebemos o grau de idolatria a que chegamos? Essa “unção da água” alcança, por acaso, algum respaldo no texto sagrado? Qualquer semelhança com o rito católico não é de se admirar. Mas hoje, no meio evangélico tudo é tão normal; é rosa ungida; é arca do milagre; é sal grosso para espantar mal olhado; é cruz cheia do sangue de Cristo; é “água benta” do rio Jordão. São tantas, mais tantas invenções tiradas do espiritismo, do catolicismo, da feitiçaria, que, algumas vezes, já nem sabemos diferenciar um culto evangélico de uma reunião de candomblé, ou de qualquer outro ritual pagão. Contudo, eu ainda insisto em descobrir qual é a passagem bíblica que traz fundamento para a unção da “água benta”.
Segundo os defensores desse ritual que nada tem a ver com o verdadeiro Evangelho, o fundamento para utilização da “água” está no fato de, para algumas pessoas, a fé necessitar de um “canalizador”, um “ponto de contato”. O que seria um “canalizador” ou “ponto de contato”? Segundo o que testemunhei alguns dos “mais excelentes apóstolos”[1] (2Co 11.5,13) falarem, “ponto de contato” é um facilitador da fé para aqueles que têm menos fé. Ou seja, a pessoa que sente dificuldade em ter fé, vale-se de algo que pode tocar, ver, sentir, ouvir ou experimentar a fim de alcançar aquele patamar de fé necessário para obter um resultado, que pode ser uma cura, uma libertação, uma bênção material, ou mesmo uma renovação espiritual. Logo, o “ponto de contato” consegue, simplesmente, facilitar o acesso da pessoa à fé. Dentre os textos mais utilizados por esses “mestres da fé”, nós temos a história descrita no evangelho segundo escreveu o apóstolo João, no capítulo 9. Tal história nos revela um tremendo milagre realizado pelo Mestre. Contudo, esse milagre é acompanhado por um modo bem peculiar. Segundo o texto, Jesus cuspiu na terra e, com a saliva, fez um lodo. Em seguida untou esse lodo nos olhos daquele cego de nascença e o ordenou que se lavasse no tanque de Siloé[2]. Após cumprir a determinação do Mestre, aquele jovem se viu curado e saiu a anunciar aquele milagre. É extraordinária a forma que a salvação alcançou a vida daquele jovem. Após ser inquirido pelos fariseus e, até mesmo, humilhado, ele reencontra Jesus e rende-se ao Salvador.
Para muitos, aquele ato de Cristo foi um “ponto de contato” para a fé daquele jovem, cego de nascença. Porém, o que muitos não percebem é que, com aquele ato, o Mestre não limita o poder do Espírito a um “ponto de contato”; pelo contrário, Cristo nos dá uma fantástica lição espiritual por meio desse milagre. É por esse motivo que o apóstolo João se vê compelido, pela revelação do Espírito, a trazer a nossa ciência o significado do nome Siloé, que é “o Enviado”. Quando estudamos acerca da pessoa de Jesus, descobrimos que o título de Cristo significa “o Ungido”, “o Enviado”; para entendermos bem essa conotação, gostaria de valer-me do texto seguinte:
Jesus Cristo – o nome completo – compõe-se do nome próprio Jesus e de um título: Cristo. Ligados, designam o Filho de Deus bendito, o Salvador universal. (...) “Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo”; “Eu seu que o Messias (que se chama Cristo) vem” (Jo 1.41;4,25). Estas passagens mostram que judeus e samaritanos tinham a mesma esperança redentora em relação ao Messias prometido aos pais pelo Deus de Israel. A ideia de um Messias (hb. mashiach, “Ungido”) para ser o Salvador ou Redentor de seu povo estava presente na mente dos povos, mesmo os que professavam diferentes religiões e crenças.[3]
Seguindo uma exegese simples, podemos observar que a intenção do Mestre em realizar o milagre daquela forma era nos trazer uma mensagem esplêndida, por meio daquele milagre. Ao cuspir na terra e formar um lodo e passar nos olhos daquele jovem, mandando-o em seguida, lavar-se no tanque de Siloé, Jesus nos afirmava, sem utilizar-se de palavras, que a obra redentora, capaz de nos arrancar da cegueira, dependia de nós nos lavarmos Naquele que foi Enviado por Deus para nos lavar. A Palavra é essa água que nos limpa, que lava a nossa mente (Ef 5.26); essa Palavra da verdade também nos santifica (Jo 17.17); o conhecimento dessa Verdade descortina os nossos olhos (2Co 3.13-16), e nos leva à libertação (Jo 8.32; 2Co 3.17). Todos nós temos que nos lavar no sangue do Cordeiro imaculado (1Jo 1.7). Jesus é a Palavra (Jo 1.1,14; 1Jo 1.1; Hb 4.12). O Cristo é o Enviado de Deus para a salvação de todo aquele que Nele crer (Jo 3.16; Mc 16.16).
Vemos, pois, que o Filho de Deus não dependia de um “ponto de contato” para realizar milagres. Ora, o Espírito do Senhor repousou sobre Cristo, de modo que não havia necessidade alguma de quaisquer tipos de artifícios para a realização de milagres, por meio de Jesus. Mesmo diante da incredulidade de muitos, o Mestre realizava milagres, independente de pontos de contato, como é o caso da ressurreição de Lázaro (Jo 11.1-41).
O conceito bíblico de fé não nos dá base para a utilização de “pontos de contato” ou “canalizadores”, a fim de avalizarmos milagres ou manifestações paranormais. Antes, contudo, de dar continuidade à discussão acerca do conceito de fé, gostaria de diferenciar duas expressões: “sobrenatural” e “paranormal”; a fim de compreendermos como se dá a atuação demoníaca por meio de realizações de milagres e até mesmo de apresentações físicas e psíquicas que muito nos podem enganar. Caso você duvide que o Satanás tenha poder de realizar feitos incríveis, gostaria que você desse uma lida no texto abaixo:
(2Ts 2.6-10) - E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. (Grifo nosso)
O diabo tem sim poder de realizar sinais e prodígios. Ou seja, Satanás também consegue curar e até mesmo envolver muitos em uma pseudo-espiritualidade, trazendo confusão e fazendo com que muitos acreditem estar diante do mover de Deus. Contudo, a natureza do poder de Satanás difere-se do poder de Deus (apesar de muitos “mestres da fé” afirmarem que o poder de Deus e de Satanás submetem-se à mesma lei[4]). Acerca disso o Pr. David Bay, articulista da The Cutting Edge (www.cuttingedge.org), nos traz uma sábia definição:
O disfarce de Satanás em sua mentira final será acompanhado por milagres incríveis. O apóstolo Paulo disse que a vinda do Anticristo será "com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira". Satanás é uma criatura tão poderosa que é capaz de produzir acontecimentos paranormais que convencerão completamente os incautos. Observe que Paulo definiu as atividades do Maligno como "prodígios de mentira". Isso descreve claramente todos os assim chamados milagres de Satanás;
eles não são sobrenaturais, mas paranormais. Somente Deus é sobrenatural (que ultrapassa o natural; que não é atribuído à natureza — Novo Dicionário Aurélio), mas Satanás pode apenas fabricar o paranormal (Definição do Novo Dicionário Aurélio: Diz-se de pessoa a quem se atribuem grau de experiência e ações incomuns, fora do ordinário da capacidade humana de sentir e fazer; que está fora dos limites da experiência normal ou dos fenômenos explicáveis cientificamente). As atividades de Satanás não são nada além de truques brilhantes e mentiras disfarçadas que enganam. Elas parecem ser sobrenaturais, mas sob cuidadosa investigação, não são nada além de mentiras enganosas. Sim, esses truques terão de parecer sobrenaturais, mas na verdade são distorções da realidade.[5] (Grifos nossos)
A necessidade de se compreender no que se diferem os conceitos de “sobrenatural” e “paranormal”, queda-se no dever e na incumbência que cada um de nós tem, como cristãos verdadeiros, no tocante a examinarmos e julgarmos os espíritos para sabermos se são ou não de Deus (1Jo 4.1).
Seguindo, ainda, essa diferenciação, poderemos perceber que o conceito de fé idealizado pelos “mestres” do movimento da “Fé na fé”, não se coaduna com o conceito de fé bíblico. Já tratamos, superficialmente, desse assunto em análise à ministração intitulada “Libertação”, no subtítulo “Chamando à Existência as Coisas Positivas?”. Porém, é necessária uma breve retomada do mesmo, a fim de darmos seguimento à linha de raciocínio. Ora, segundo os “mestres da Fé”, a fé é uma força; uma espécie de lei pela qual o próprio Deus se vê submetido. De acordo com estes, Deus criou todo o universo por meio da fé, e o mesmo não pode agir, se não, por meio da fé. Entretanto, já compreendemos que, na verdade, nosso Deus não se vê obrigado a submeter-se à fé; ora, se seguirmos esse raciocínio, perceberemos que a Fé é que é onipotente e que Deus é um mero ser que se utiliza, sabiamente, desse artifício a fim de auferir Seus objetivos. Deus não precisa de fé; nós é quem precisamos. Já disso isso, mas gostaria de repetir, a Fé é necessária para o homem, pois é por meio dela que nos lançamos, em confiança, nos braços de um Deus Todo-Poderoso e somos reconciliados com Ele (Rm 5.1,2; 2Co 5.18,19). A Fé não é, pois, uma força interior inerente a cada ser humano; pelo contrário, a Fé bíblica é a confiança em um Deus onipotente que se agrada daqueles que Nele se refugiam.
Na verdade, grande parte dos ocultistas é que acreditam em uma “força” que move todo o universo emanando de cada ser, inclusive do interior de cada ser humano. É, efetivamente, por meio dessa suposta “força” que o diabo atua; mas isso não é Fé. É ocultismo; é feitiçaria. Por isso dizemos que a natureza do poder de Satanás não é sobrenatural, com é o caso de Deus, mas sim paranormal; ou seja, apenas incompreendida cientificamente. Entretanto, não podemos subestimar esse poder; aliás, esse poder tem enganado a muitos, inclusive evangélicos sinceros. Tal poder paranormal é capaz de criar um ambiente propício à operação de prodígios e maravilhas; porém, é demoníaco e confuso. Percebemos, biblicamente, que um milagre, ou suposto milagre, não é suficiente para ratificar que a manifestação é divina. Façamos, pois, a leitura do seguinte texto do livro de Atos dos Apóstolos:
(At 8.9-11) - E estava ali um certo homem, chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica, e tinha iludido o povo de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o menor até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. E atendiam-no, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas.
É, plenamente, perceptível que a mágica apresentada por Simão levava todos a considerarem-no um homem cheio do poder de Deus. De mesmo modo, nos nossos tempos, muitos dos milagres, bem como dos moveres, que têm sido atribuídos a Deus são, na verdade, de origem diferente. Quanto a isso devemos nos precaver e nos firmarmos minuciosamente nos preceitos bíblicos, a fim de não falharmos e sermos levados pelo engano.
Contudo, que isso tem a ver com a utilização da “unção da água”? De um modo bem simples, podemos observar total nexo com essa “teologia” que faz a fé depender de “pontos de contato”. Ora, é quase que criar um ídolo onde, nele, depositamos nossa confiança para a operação de milagres e maravilhas. Qualquer “mover” que dependa de algo assim, é na verdade, idolatria manifesta e descarada.
(1Jo 5.21) - Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.
Em 1Co 10.19,20 percebemos que, por trás dos ídolos estão demônios. A utilização de “água” ou substância equivalente para alcançarmos determinadas bênçãos, curas, ou mesmo nos envolvermos em um mover diferente, simplesmente substitui os ídolos comuns, por outros mais peculiares. O poder de Deus, definitivamente, independe de “pontos de contato” tais como “águas ungidas”. Toda autoridade está em Cristo e no nome Dele é que realizaríamos sinais e prodígios. Não por meio de uma “água ungida”. Tenho por certo que diversos seguidores dessas seitas que se utilizam de “pontos de contato” como canalizadores do poder de Deus, passam a depender muito mais do objeto ou elemento utilizado do que da operação do Senhor. Isso revela inequívoca idolatria!
Seguindo esse raciocínio, é evidente que, nem sempre é o Espírito de Deus que opera nesses “moveres”, havendo a possibilidade, até mesmo, da atuação de demônios. Alguns irão perguntar: “Quer dizer que você está atribuindo tais manifestações ao poder de demônios?”. O que posso responder é o seguinte: biblicamente, posso afirmar que grande parte desse novo “mover” não está associado a Deus (Rm 5.5) e que normalmente nos traz uma grande gama de confusão; contudo, também não posso afirmar que haja diversas manifestações demoníacas, apesar de não descartar essa possibilidade. Acredito que todo o ambiente é preparado de tal forma que as manifestações psíquicas e humanas são facilitadas e, logicamente, em grande parte das vezes confundidas com o “poder de Deus”. Asseguro que não há respaldo bíblico para a utilização de “pontos de contato” como facilitadores do mover de Deus:
(Hb 11.1) - ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.
(2Co 4.18) - Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.
Veja que a própria definição bíblica de fé extrapola essa doutrina que se utiliza e depende de “pontos de contato” como facilitadores da fé. Logo, valer-se de tais artifícios é agir de forma antibíblica. Mas ainda existe uma questão que alguns contumazes defensores dessa prática poderão levantar: “Se não existe ponto de contato, o que você me diz da unção com o óleo?”. Diante de uma indagação como essa, faz-se necessária uma rápida compreensão bíblica do significado da unção com óleo, ou o azeite. Ora, acerca da utilização desse modo peculiar de unção, nós vemos a própria instrução dada pelo apóstolo Tiago:
(Tg 5.14,15) - Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Grifo nosso)
A simples ordem bíblica para a utilização de um tipo específico de substância não nos dá espaço para a invenção e utilização de outro elemento. Acerca disso nos exorta o apóstolo Paulo para não “irmos além do que está escrito” (1Co 4.6). Do contrário, poderia, seguindo a argumentação dos defensores da utilização do “ponto de contato” como facilitador para fé, que se fundamentam no texto de Tg 5.14,15, também fazer o mesmo em relação ao batismo; bem, a ordenança concernente à forma do batismo segue a tradição e o mesmo exemplo do Mestre, ou seja, por imersão. Qualquer outro modo de batismo nas águas não acompanha respaldo bíblico; mas, se usarmos a base argumentativa proposta pelos defensores da “unção da água”, poderemos realizar o batismo por aspersão, ou molhando apenas a cabeça ou os pés de quem está sendo batizado. Também poderíamos, por exemplo, para dar mais emoção, submergir alguém em sangue de animais, ou em elementos afins. Entretanto, a ordem bíblica nos ordena que o batismo seja feito por submersão, em água (At 8.35-39; Mt 3.13-17; Mc 1.9-11); percebemos ainda a forma bíblica de se realizar o batismo no fato de João Batista normalmente recorrer-se a lugares que tinham “muitas águas” (Jo 3.23).
Logo, não há como tentar fundamentar uma prática antibíblica por meio de uma ordenança que nada tem a ver com esses novos ritos. Perceba ainda que não é a unção com azeite que traz a cura ao doente, mas sim a oração da fé; ou seja, uma oração que se respalda em uma inteira confiança em Deus que, por Sua vontade, pode agir de misericórdia manifestando a cura.
É necessário deixarmos de espremer a Palavra de Deus a fim de adequá-la a nosso modo de ver, ou mesmo às nossas convicções pessoais. É imprescindível, como já ressaltado anteriormente, um retorno ao cristianismo bíblico sem invencionices e inovações que só geram confusão e morte espiritual. Se não há, pois, resposta divina às nossas orações, o problema está em nós, que temos arbitrariamente distorcido sua Palavra, e pregado doutrinas divergentes do verdadeiro evangelho; e ainda chegamos ao ponto de criarmos um “paliativo”, um canalizador a fim de substituirmos a fé por algo palpável. A fé se respalda no que não vemos; ou seja, está além dos sentidos físicos. Qualquer outro tipo de credo não é fé bíblica e, conseqüentemente, não nos traz salvação. Logo, deixemos de lado esses novos “moveres” e truques inovadores, e firmemo-nos na inalterável Palavra de Deus! Faço-te uma sincera pergunta, caro leitor: A Palavra de Deus não lhe é suficiente? Perceba que, a partir do momento que nos valemos de estratégias e invencionices humanas a fim de dar uma nova motivação e movimentação ao corpo de Cristo, indiretamente confessamos que a Palavra do Senhor nos é insuficiente para produzir em nós fé e salvação! Como dito várias vezes nesse estudo, é necessário voltarmos à simplicidade que há em Cristo (2Co 11.13).
Considerações Finais acerca do Batismo com o Espírito Santo
Tenho por certo que o verdadeiro Batismo com o Espírito Santo produz um avivamento que é acompanhado de profundo pesar e arrependimento. Esse avivamento começa com o corpo ministerial da igreja. É importante salientar que o avivamento se dá na Palavra e por meio da Palavra:
(Hb 3.2) - Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.
Que essa análise venha nos despertar para o zelo e pureza doutrinária. Tornemos ao conhecimento do Senhor e no Senhor! Que Deus nos possa abençoar!
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[1] Senti-me motivado a valer-me da mesma forma de linguagem utilizada pelo apóstolo Paulo quando tratou dos falsos apóstolos que adentraram no meio da igreja de Corinto: a ironia. Perceba que Paulo ao utilizar a expressão “os mais excelentes apóstolos”, estava na verdade sendo irônico.
[1] Senti-me motivado a valer-me da mesma forma de linguagem utilizada pelo apóstolo Paulo quando tratou dos falsos apóstolos que adentraram no meio da igreja de Corinto: a ironia. Perceba que Paulo ao utilizar a expressão “os mais excelentes apóstolos”, estava na verdade sendo irônico.
[3] SILVA, Severino Pedro da. Teologia Sistemática Pentecostal. Cristologia – A Doutrina de Cristo. 2 ed. CPAD : 2008 p. 117.
[5] BAY, David. Enganação do Anticristo: Magia Branca sendo praticada dentro da Igreja Cristã. Trad.: Ruth Marc. Fonte: www.espada.eti.br
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