terça-feira, 14 de abril de 2009

Vida abundante: o refrigério para a alma - Parte 3


A sabedoria humana ou a sabedoria de Deus? (continuação)


A todos que leram a Parte 2, deste quadro que resolvemos publicar, observaram que a confusão mental gerada naquele personagem fictício que decidiu praticar o suicídio, advém do fundamento da sabedoria humana. A sabedoria humana, por sua vez, normalmente, é a junção entre a “filosofia do homem” e a “filosofia de satanás”. É dessa forma que Tiago expressa as características da sabedoria humana: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.” (Tg 3.13-16).

Tecidas tais considerações iniciais, daremos continuidade em nosso estudo para compreendermos mais acerca do tema proposto. Para isso, falaremos acerca da Lei do Mal.

Há uma lei interior que nos instiga a fazer o que Deus desaprova. Esta lei está ligada e é conseqüência da filosofia do engano e, somada à, da filosofia da morte.

Para entendermos melhor, é interessante lermos o seguinte texto:

(Romanos 7:17) - De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.

Podemos perceber que o pecado habita. Desse modo o pecado não é um objeto. O pecado é um ser que habita dentro de nós. Um móvel, por exemplo, não habita. O ser habita, sim, este habita.

Significa dizer que existe um ser que habita em nosso interior e que tem prejudicado toda a nossa vida até o dia em que não recebemos, verdadeiramente, a nova vida em Cristo.

E este ser tem o poder de danificar a nossa alma; e está em contato direto com a filosofia do engano e com a filosofia humana. Este ser habita na nossa carne. Ele é a natureza pecaminosa e, conseqüentemente, é maligno. É a nossa carne, a nossa natureza afundada em pecados e ofensas. Em outras palavras, é a filosofia humana da morte aliada à filosofia do engano.

Decidimos, para fins didáticos, chamar a filosofia do homem de filosofia da morte; e a filosofia do de satanás de filosofia do engano. Mais a frente, perceberemos os motivos que nos levou a utilizarmos tal nomenclatura.

Veja que o maligno se vale da filosofia do engano para nos levar à filosofia da morte. A filosofia da morte significa: estar fora da dependência de Deus. Quando estamos fora da dependência de Deus a nossa vida interior se torna habitação de satanás. Ou seja, vale dizer que quando estamos Deus não está no domínio de nosso homem interior, somos, automaticamente, dominados por uma natureza pecaminosa vinculada à morte, e somos habitação de Satanás o qual nos aprisiona no engano. (Mt 12. 43-45)

A Palavra nos informa que o lugar de habitação de Satanás são as regiões celestiais:

(Efésios 6:12) - Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

Aqui temos esta confirmação. A habitação de satanás é aquele que não tem o Espírito de Deus em sua vida. E esta habitação gera estragos na alma de todos nós. Perceba que todos nós, outrora, éramos “a habitação” do adversário. Mas agora somos habitação de Deus (1 Co 3.16). Entretanto precisamos que Deus nos reconstrua.

O inimigo nos induz, por meio do engano, a nos apoiarmos na filosofia da morte (carne). A filosofia da morte é a conseqüência do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.17).

Essa seqüência de textos “Vida abundante: refrigério para a alma” busca te conscientizar da tua necessidade de estar mais íntimo de Deus; para que o teu coração se abra para receber a revelação de Deus (1 Pe 1.10-16).

Quando coração humano está ferido, com mágoas, angústias e tristezas, não lhe é possível receber a revelação de Deus por completo. É necessário o homem se libertar por meio da Palavra (Jo 8.32; 17.17). O acesso à Palavra se dá por meio do conhecimento e da revelação (Mt 22.29).

Agora voltemos à origem:

(Gênesis 1:26) - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. (ênfase adicionada)

O homem foi criado, inicialmente, para dominar.

(Gênesis 2:7-10) - E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços. (grifo meu)

A árvore da vida, podemos compreender hoje, como sendo, também, uma analogia à Palavra de Deus. O fruto é o caráter de Deus. O rio é o Espírito Santo de Deus que flui em todo aquele que bebe da fonte que emana de Cristo (Jo 4.10;14). Podemos, logicamente, concluir que:


* Quem não come da árvore da vida e não bebe do rio está morto.
* O homem caído não tem acesso a essa árvore, pois só por meio do Espírito é que recebemos a revelação (Jo 16.8);
* O homem caído é aquele que se rebelou, por meio da independência de Deus. Este homem achou que a filosofia da morte lhe era suficiente e lhe garantiria o atributo da onipotência, esquecendo-se que, fora de Cristo, não podemos nada fazer (Jo 15.5).
* Nós, interiormente, quando mortos, nos achamos, praticamente onipotentes; alimentados pelo ego, pensamos que existe Vida fora da dependência de Deus.


Por meio de Adão o pecado entrou no mundo (Rm 5.15; Gn 3.6). E todos nós, a partir daí, já nascemos com o germe do pecado:

(Salmos 51:5) - Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.

Quando Deus criou o homem, Ele o fez com a estrutura tripartite: corpo, alma e espírito (1Ts 5.23); para viver na Sua completa dependência. O adversário sabia que o homem foi criado para viver na dependência de Deus. Dessa forma, com a filosofia do engano, a serpente seduziu a Eva a experimentarem o fruto do conhecimento do bem e do mal, a qual deu a seu marido (1 Tm 2:14) e, a partir daí, o homem, fora da dependência de Deus, passa a tentar depender de si, e a conseqüência disso é a morte (Rm 6.23)

Eva, no momento que dá ouvido às argumentações do inimigo, vê sua mente sendo conduzida para a morte espiritual. Mas esta morte dependia da efetiva quebra da ordem Divina: comer do fruto.

A conseqüência de tudo isso é que o homem, que nasceu para depender de Deus, quando sai dessa dependência é semelhante ao peixe que decide viver fora da água. Deus é a água. Ou seja, você, distante de Deus, está morto.

A vida abundante é ter a vida de Deus dentro de você. É ter o Espírito de Deus habitando você. Quem crer e for batizado será salvo, mas, quem não crer, será condenado (Mc 16.16).

Jesus nos oferece duas salvações:

1) A salvação da morte eterna:

(João 6:47) - Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.

2) A salvação da escravidão do pecado:


(Efésios 2:1-3) - E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.

No Éden, quando o homem vivia na dependência de Deus, o espírito do homem estava, diretamente, ligado ao Espírito de Deus. Significa dizer que o espírito do homem era governado por Deus. Deus habitava o espírito do homem. Dessa forma, Deus governava o espírito humano; e o espírito humano governava a alma; e a alma governava o corpo. Em outras palavras, Deus estava no controle de tudo.

A partir do momento que o homem peca, Deus deixa de habitar no homem e o qual se torna habitação do adversário (Mt 12.43-45). Compreendamos um pouco mais acerca do homem como templo:


(Efésios 6:12) - Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

Antes de tudo temos que entender que o homem é um templo. Este templo pode ser habitado pelo Espírito Santo (1Co 3.16), ou por satanás. A formação do templo, segundo o antigo testamento, era átrio, Santo Lugar e Santo dos Santos. O Santo Lugar e o Santo dos Santos é região celestial. Dessa forma, a habitação do inimigo é na mente do homem que não teme a Deus.

Sendo o homem habitação do adversário, o engano passa a fazer parte da natureza humana (Jo 8.42-44). Note que aquele que não recebeu a Cristo como seu único e suficiente Salvador, é, infelizmente, filho do diabo. Ou seja, o gene maligno faz parte de sua natureza. Este homem se vê enganado achando que a melhor opção é a independência de Deus: o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.

Agora, eu te pergunto: Este ser, o adversário, vai conduzi-lo ao que é correto?

(João 10:10) - O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir;

Dessa forma, toda a influência do inimigo na tua vida é para matar, roubar e destruir. Ele te conduz para uma vida de desgraça.

O diabo consegue, no homem que está morto, tirar o foco do que é Eterno. Ele conduz o homem à separação e convence o homem de que a morte é uma excelente opção. É o que percebemos na história daquele personagem fictício, descrita na Parte 2 (clique sobre o texto sublinhado para ler), deste estudo. Observe ainda, que o mundo está dessa maneira; a maioria das pessoas ainda não chegou à compreensão do que é Eterno.

O que eu considero interessante é que a serpente, no Éden, não habitava o espírito humano, mas tinha acesso à alma humana. Ela seduziu a mulher por meio do intelecto. E ainda hoje, mesmo para quem já recebeu o Espírito de Deus, o adversário continua buscando acesso à alma humana; e às vezes consegue.

Por isso existe aquele entrave interior na vida de Paulo, do qual nós citamos no início. É aí que devemos ter cuidado.

Vamos entender um pouco do fruto do conhecimento da ciência do bem e do mal, o qual ainda nos está à disposição:

(Gênesis 3:6) - E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

Ainda hoje somos alcançados por essa aparência do que é bom. Eva, seduzida pela filosofia do engano, viu que a aparência da árvore era boa, mas a essência daquela perigosa árvore era má. Ainda hoje, para nós que somos salvos, o inimigo apresenta o pecado como aparentemente bom. Tal como o inimigo despertou em Eva o interesse pelo pecado, dizendo que a mesma poderia confiar em sua auto-suficiência, uma vez que seria “como Deus” (Gn 3.5), hoje, a “Antiga Serpente”, continua a nos enganar, por meio do mesmo mecanismo. Entretanto, o pecado é, essencialmente, mal, e o salário, ou seja, a conseqüência do pecado é a morte (Rm 6.23).

Compreenda que o adversário atua nas nossas mentes, conduzindo os nossos sentidos para o que é essencialmente mau, mas aparentemente bom.

Por conseguinte, façamos uma leitura do seguinte texto:

(Romanos 7:1-3) - Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

A mulher é a alma (mente) humana. O marido é o símbolo de autoridade; neste caso, o vínculo com a “natureza pecaminosa” ou com Deus. Dessa forma, uma vez que o marido (natureza pecaminosa) morre, a alma está livre para se entrelaçar com outro marido (Espírito Santo). Deus não se relaciona com a alma que tem por marido a carne, pois Deus é puro e não comete pecado. Se assim o fosse, estaríamos cometendo adultério com Deus.

Enquanto o homem não é sepultado no batismo, ou seja, o primeiro marido (carne) morre, e a autoridade passa a ser de Deus, a alma não se vê liberada a viver com intensidade; a viver a Vida Abundante.

O diabo é engano (Jo 8.44). O engano é escravidão. A Verdade nos liberta (Jo 8.32). O conhecimento da verdade nos tira da ignorância, mas não nos livra do desejo de pecar, visto que o homem, mesmo conhecedor da Verdade, sente o desejo pelo pecado (1Jo 2.1). A vivência da Verdade é que te liberta, pois faz morrer a tua carne que te apresenta uma verdade aparente, e te leva à Verdade essencial e absoluta, que é Cristo (Jo 4.6).

Para sarar a alma você precisa tirar a velha natureza do seu ser, e isso se dá por meio da regeneração. Aquele que crer e for batizado será salvo.

(João 3:5) - Jesus respondeu: na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de deus.

Você precisa se arrepender dos seus pecados e se batizar nas águas. O que tem te impedido? Você quer o novo nascimento? Você quer ser habitação do Espírito Santo? Você quer ser regenerado? (voltar à sua forma original). Creia em Jesus e seja batizado. É a partir daí que se inicia o processo de santificação que traz refrigério para a sua alma. A partir do novo nascimento é que começa a verdadeira cura interior. E este processo vai perdurar por toda uma vida. O teu espírito precisa ser regenerado.

Restauração é um processo diferente da regeneração. A tua alma precisa ser restaurada. Tua alma não é regenerada tal como o teu espírito. Tudo de ruim que o inimigo produziu enquanto habitava no ser interior do homem é que é o problema. Você recebe a regeneração de graça. Mas a restauração se dá por meio da vivência do evangelho da cruz (Lc 9.23). A tua alma precisa ser restaurada.

O que refrigera a nossa alma é o Espírito Santo agindo junto com a Palavra.

(Salmos 19:7) - A lei do senhor é perfeita, e refrigera a alma; (ênfase adicionada)

A palavra do Senhor é que restaura a alma, transformando todo o nosso entendimento (Rm 12.2). Perceba que você é o que você pensa:

(Provérbios 23:7) - Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele. Come e bebe, te disse ele; porém o seu coração não está contigo.

Se a palavra de Deus está na sua mente, você será à imagem e semelhança de Deus. Para a carne, contudo, não tem restauração. Ela vai pro pó. Caso não participemos do arrebatamento enquanto ainda vivos, todos nós morreremos (1Co 15.51).

Finalizaremos hoje, esta seqüência de estudos. Entendemos um pouco acerca da filosofia da morte (fruto da árvore da ciência do bem e do mal) e da filosofia do engano, que é a essência da sabedoria humana. Logo mais, discorreremos acerca deste processo de santificação, que resultará na experiência da Vida Abundante que Cristo nos prometeu.

Não perca os próximos estudos!

Leia também a Parte 1 e Parte 2, dessa seqüência de estudos bíblicos.


Jordanny Silva
http://jordannyblog.blogspot.com/

4 comentários:

Debora Zibordi disse...

A paz do Senhor, Jordanny.

Que excelente estudo, meu irmão. Todo cristão precisa ler artigos que tenham conteúdo bíblico como este. Gosto do seu blog porque está completamente baseado na Palavra de Deus. Não há invenções ou especulações! É tudo verdadeiro porque justifica-se por meio da Bíblia. Parabéns!

Graças a Deus que temos o Espírito Santo, nosso Conselheiro e verdadeira consciência! Que Ele nos conserve livres do mal, mas para isto precisamos deixá-lo moldar nossos corações e sentimentos.

Deus te abençoe e use este espaço com poder e graça.

Blog do Jordanny Silva disse...

Prezada irmã Débora,

Agradeço sua constante presença neste espaço. Confesso que, sempre que entro na net, não consigo deixar de dar uma passadinha em seu blog; este tem sido muito edificante em minha vida.

Que Deus te abençoe ricamente!

Jordanny

Claudio Morandi disse...

Este estudo é bom, mas precisa enfatizar mais a cruz e nossa co-crucificação com Cristo. Pois a Lei exige a morte do pecador (Rom 6:23 e Ez 18:4 e 20). Cristo morreu, mas nós também morremos com Ele e fomos libertos do pecado (Rom. 6:6) e nos ressuscitou juntamente com Ele (Efésios 2:6). Portanto, nós morremos para o pecado (Rom. 6:1,2). antes o pecado habitava em nós (Rom 7:20), mas hoje Cristo é noss vida (Gal. 2:20) e o pecado que antes habitava dentro, hoje não habita mais na nova criatura (Heb 12:1).
abraços. claudio Morandi.
claudioamorandi@hotmail.com

Sara disse...

Sempre bom encontrar essas coisas na internet para ler um pouco e relaxar Eu acho que nós temos que ter um pouco de calma agora eu estou apenas andando restaurantes de Vila Leopoldina