sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Por que muitos pregadores e cantores estão priorizando as teorias de Augusto Cury?


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Folheie um livro de autoajuda do respeitado psiquiatra, cientista e autor de best-sellers Augusto Cury e você descobrirá de onde vem a inspiração para mensagens da moda, pregadas ou cantadas, como “Ouse sonhar”, “Seja um sonhador”, “Sonhador não morre”, “Não desista dos seus sonhos”, etc.

Segundo as teorias do acadêmico Augusto Cury, um sonhador não precisa de Deus, necessariamente. Basta sonhar. “Se os seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil” (Nunca Desista de seus Sonhos, p.11). Ou seja, tudo gira em torno da capacidade de sonhar.

A Palavra do Senhor, entretanto, mostra que a vontade de Deus está acima dos nossos sonhos, ainda que não seja pecado ter projetos e desejos. José, que é um dos personagens mais citados pelos pregadores de autoajuda, nunca sonhou — de olhos abertos — que seria o governador do Egito, mas recebeu Ajuda do Alto, sendo conduzido a tal posição.

“Nunca desista dos seus sonhos”, diz Cury. Mas isso não vale para o salvo. Se for preciso desistir de projetos, ainda que sejam bons, a fim de agradar a Deus, devemos fazer isso. Davi e Paulo, por exemplo, abandonaram seus excelentes sonhos (planos), para cumprir a prioritária vontade do Senhor (2 Sm 7; At 16.6-10). Afinal, “Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR, a resposta da boca” (Pv 16.1).

É claro que podemos sonhar de olhos abertos! Mas sabemos que o nosso Deus pode nos abençoar além do que sonhamos. Não é isso que está escrito em Efésios 3.20? “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera”.

As teorias de Augusto Cury fundamentam-se na valorização das potencialidades humanas, e não na dependência do poder de Deus (1 Pe 5.6; 2 Co 4.7). Veja: “Se seus sonhos são frágeis, sua comida não terá sabor, suas primaveras não terão flores, suas manhãs não terão orvalho, sua emoção não terá romances” (Nunca Desista de seus Sonhos, p.11).

Na verdade, os sintomas enumerados por Cury são de pessoas que não têm a certeza da salvação através de Jesus Cristo! Afinal, foi Ele mesmo, o Senhor, quem falou: “sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5). Sem Ele, os melhores sonhos são insuficientes para nos tornar felizes.

Cury também afirma: “A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, e a ausência dos sonhos transforma milionários em mendigos. A presença de sonhos faz de idosos, jovens, e a ausência de sonhos faz dos jovens, idosos” (Nunca Desista de seus Sonhos, p.12). Será que os milhões de miseráveis, que vivem sobretudo no continente africano, não sonham?

O aludido cientista ignora que o que pode fazer uma pessoa verdadeiramente feliz é o Senhor Jesus habitando a sua vida (Jo 14.23). “Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua história, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades” (Nunca Desista de seus Sonhos, p.12).

É claro que a uma pessoa que não conhece o Senhor Jesus as teorias de Augusto Cury parecerão um achado, uma grande descoberta. Mas não se justifica o fato de os pregadores e cantores (e seus compositores) — que se dizem seguidores do Senhor Jesus — abraçarem a autoajuda, ignorando que, para o salvo, a Ajuda do Alto é muito mais valiosa e prioritária. Não sabem eles que é o Senhor quem renova as nossas forças (Is 40.28-31) e dirige os nossos passos (Sl 37.23), ao contrário do que afirma Cury?

Por que vários pregadores e cantores insistem em trocar a permanente Ajuda do Alto pela ilusória autoajuda? Das duas, uma: ou eles ainda não entenderam o que é o evangelho (e, nesse caso, são eles salvos, verdadeiramente?); ou estão enganando o povo de Deus por causa da avareza (2 Pe 2.1-3). Afinal, a autoajuda é imediatista, antropocêntrica, e seus conceitos, agradáveis aos ouvidos (2 Tm 4.1-5).

É triste, mas as principais celebridades evangélicas — pregadores e cantores — não querem saber da cruz de Cristo e seus auspiciosos e maravilhosos efeitos. Preferem o jargão da autoajuda, que gira em torno de sonhos que jamais vão morrer, mudança de história, vitória com sabor de mel ante a vergonha dos desafetos, etc.

Não há dúvidas de que a maioria das pessoas valoriza mais os bordões da moda, como “Acredite nos seus sonhos”, do que esta verdade eterna: “Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará” (Sl 37.5). Mas, ao contrário do que assevera a autoajuda, não devemos ser dirigidos pelo nosso eu, e sim pelo Senhor, o nosso Ajudador (Lc 9.23; Hb 13.5,6). Que os pregadores não se esqueçam do que está escrito em Tito 2.1: “Tu, porém, fala o que convém a sã doutrina”.

Em Cristo,

Ciro Sanches Zibordi